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Napoli

A imagem que se tem de Nápoles é a de uma cidade baru­lhenta, de trânsito caótico, onde as pessoas falam alto e gesticu­lam muito, usando um dialeto incompreensível. Roupas são pen­duradas em cordas que ligam as casas de ruas estreitas, embora a belíssima baía da cidade, presidida pelo Vesúvio, tenha inspirado algumas das mais belas canções e cançonetas italianas.

Entretanto, além desta imagem que corre o mundo, Nápoles é uma das mais importantes cidades da Península, cheia de his­tória, arte e cultura. Fundada como uma colônia grega, no início do século VIII a.C, fazia parte da extensão política da Magna Grécia, assim chamada a porção da península itálica dominada pelos helenos. No século IV da Era Cristã passa a fazer parte do Império Romano, dando início a uma grande expansão. Durante séculos, sofreu dominação bizantina, do Reino de Aragão, do Reino da Sardenha, das tropas de Napoleão Bonaparte, final­mente anexando-se ao Reino Unificado da Itália, em 1861.

Em 5 de julho de 1224 fundou sua universidade. Cinco Pon­tífices Romanos nasceram na cidade. Nossa segunda Imperatriz, D. Teresa Cristina era napolitana. O centro histórico de Nápoles é considerado Patrimônio da Humanidade e abrigas vários edi­fícios, palácios e igrejas, que demonstram a sua riqueza cultural, entre elas as igrejas de San Lorenzo Maggiore, San Gregorio Armeno, Santa Chiara, o Museu Arqueológico, o Palácio Real e a Galleria Umberto I e, em sua frente, o famoso Teatro San Carlo, o mais antigo em atividade na Europa. É uma cidade de muita cultura, arte e centro de ensino italiano.

O Vesúvio sempre foi parte importante de sua história. Não só pela sua silhueta de 1281 metros de altura, que embe­leza a baía, como nosso Pão de Açúcar, como pela fertilidade das terras em seu redor, sempre cultivadas desde tempos imemoriais. Em suas encostas, nascem as castas Aglianico, Fianodi Avelino e Grego di Tufo, responsáveis por memorá­veis vinhos. O Vesúvio dormia tranquilamente como mon­tanha mágica por oito séculos, quando, em 79 da Era Cristã, mostrou-se um vulcão mortal. Em meio dia, dizimou as cida­des de Pompéia e Herculano, afogando-as com nuvens e gases venenosos, numa explosão equivalente a 100.000 bombas de Hiroshima. Nada sobrou e os escombros ficaram cobertos pela lava até meados do século XVIII, quando arqueólogos começaram a desvendar o que tinha acontecido.

É uma experiência diferente passear pelas ruínas de Pom­péia, uma cidade cujas casas foram cortadas ao meio, algu­mas poucas extraordinariamente preservadas e que ensinam hábitos e costumes de sua antiga população. Ouve-se até o eco dos moradores se movimentando pelas ruelas, o intenso comércio, a frequência aos grandes espaços públicos e o eróti­co ambiente de seus bordéis.

Pode-se subir até o cume do vulcão, como eu fiz e olhan­do-se para o fundo da cratera, vêm-se fumaças escapando de fendas do colosso, que adormece. De 79 até nossos dias, o Vesúvio tornou-se ativo 10 vezes, a última em plena II Guerra Mundial, em 1944.Hoje, aparelhos sofisticados o monitoram, o que permitirá alarmes prévios aos moradores de seu redor.

Inventora da pizza, a cidade oferece várias opções cul­turais, que, continuamente relembram seus mais famosos moradores: Bocaccio, Petrarca, o inimitável Caravaggio, a atualíssima Helena Ferrante, cuja identidade ninguém conhe­ce, os escultores Giordano, Sanfelice e Vanvitelli. Sem falar nos anônimos criadores de presépios que, até hoje, podem se encontrados e comprados no centro da cidade.

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