Tribuna Ribeirão
Política

‘Não tem a ver com a segurança pública’

Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

O ministro da Justiça e Se­gurança Pública, Sergio Moro, disse ontem (8) que o decreto que flexibilizou as regras para a compra e porte de armas no país, assinado pelo presiden­te Jair Bolsonaro (PSL), não faz parte de uma estratégia de combate à criminalidade.

“Não tem a ver com a se­gurança pública. Foi uma deci­são tomada pelo presidente em atendimento ao resultado das eleições”, afirmou o ministro. Questionado sobre se assinou o decreto sem concordar com ele, Moro não entrou em detalhes, mas disse que é normal haver divergências dentro do gover­no. “Eventuais divergências são tratadas no âmbito do governo. Isso é normal”, afirmou.

Na terça-feira (7), Jair Bol­sonaro assinou um decreto que mudou as regras para a com­pra e porte de armas no Brasil. O decreto alterou dispositivos do Estatuto do Desarmamen­to e permitiu que categorias distintas como jornalistas, po­líticos e conselheiros tutelares possam ter o direito de portar armas. O decreto também tira da Polícia Federal a atribuição de autorizar o porte.

Diversos deputados da oposição que estavam presen­tes à audiência perguntaram a avaliação do ministro sobre o decreto assinado pelo presi­dente. O primeiro a indagá-lo sobre o assunto foi o deputa­do Rogério Correia (PT-MG). Mas Moro não respondeu.

A crítica dos deputados da oposição foi de que o even­tual aumento do número de armas em circulação poderia levar a um aumento na quan­tidade de crimes.

“A última pesquisa Ibope mostra que 61% da população é contra armar o povo para se defender. O senhor assinou o decreto. O senhor é o segundo a assinar. O Brasil agora vai virar um faroeste? Por que? O seu mi­nistério não tem uma proposta para a segurança pública e joga nas costas da população a res­ponsabilidade de se proteger”, afirmou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC).

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