A educação é cantada e decantada como o principal caminho da evolução humana, Paulo Feire define com grande sabedoria o lugar da educação na sociedade: “A educação sozinha não transforma a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”. O Brasil é um país, em que a herança escravocrata permanece viva no âmago dos herdeiros das Capitanias Hereditárias, e isso promoveu a segregação social, e a principal ferramenta para que essa segregação se tornasse permanente foi a educação, que privilegiou as classes dominantes, em detrimento das classes trabalhadoras.
Para que esse modelo de sociedade pudesse se perpetuar, a segregação da educação formal foi e continua sendo fundamental. A educação no Brasil sempre foi para poucos, e com o advento da República continuou, e se aprofundou. A dicotomia existente na educação básica brasileira, coloca de um lado a escola privada, que teoricamente é superior, e atende aos filhos das classes médias e ricas, e do outro lado a escola pública que é constantemente atacada e depreciada, e que atende exclusivamente aos pobres de maioria negra. E essa construção social não deixa o País avançar.
Toda a construção política brasileira foi determinada para privilegiar as classes dominantes, e os currículos das escolas básicas privadas se encaixam perfeitamente ao sistema. Já os currículos das escolas básicas públicas são defasados e depreciados para dar uma falsa impressão que os filhos dos pobres têm problemas cognitivos, e não conseguem ter o mesmo desempenho escolar dos filhos dos ricos, e esse sofisma perpetua a desigualdade social brasileira. Mas essa construção que tem por finalidade de mostrar a superioridade da educação privada caiu por terra com os acontecimentos pós eleição de 2022, onde pessoas oriundas destas escolas ocuparam as portas dos quarteis do Exército pedindo intervenção militar, e o fim da democracia. Que superioridade educacional é essa?
Essa educação supostamente superior, não priorizou o ser humano – priorizou a acumulação. No entanto as ideias progressistas conseguiram priorizar na Constituição brasileira a importância da educação básica pública, e isso despertou a ira dos escravocratas que começaram a tramar contra as políticas sociais explicitas na Constituição cidadã. As políticas de cotas que colocou os filhos das periferias pretas e pobres nas universidades públicas, feriu de morte o ego dessa gente, e a partir daí todas as armas foram usadas para desmontar estas políticas de bem estar social.
A maior operação já montada no Brasil, que supostamente iria combater a corrupção estatal tinha endereço certo – acabar com a soberania nacional, por fim nas estruturas que estavam permitindo que os pobres tivessem uma vida melhor, e neste diapasão eliminar todas as ideis, as políticas e os políticos que se opusessem aos seus interesses foi colocada em prática. Mas essa operação mostrou a maior corrupção já ocorrida no judiciário brasileiro. O The Intercepte Brasil, um jornal investigativo, publicou a Vaza Jato, uma operação jornalística e investigativa, que escancarou a operação Lava Jato, mostrando a falsa idoneidade de juízes e procuradores, que com o apoio quase total da grande mídia passaram a ser vistos como os grandes heróis, que estavam acabando com a corrupção, e colocando os corruptos na cadeia, no entanto a Vaza Jato desmontou e escancarou toda a podridão e farsa de uma operação que na realidade era corrupta e criminosa, que praticava crimes hediondos para conseguir as confissões dos investigados.
Mas a fatura chegou – e agora vão pagar pelos seus crimes!
Para Platão, a justiça seria um dos arquétipos que teriam dado origem ao mundo visível que conhecemos. Para ele, a Justiça – para que pudesse estar presente em uma sociedade – deveria estar presente em primeiro lugar dentro do ser humano.