Compenetrado, medindo bem as palavras e ladeado pelo auxiliar técnico Cleber Xavier e pelo coordenador Edu Gaspar, o técnico da seleção brasileira, Tite, concedeu uma entrevista coletiva que durou 47 minutos nesta segunda-feira. E o assunto quase na íntegra foi Neymar. O treinador não fez uma defesa direta do atacante – que está sendo acusado de estupro -, mas disse que “não pode julgá -lo”. O técnico ainda afirmou que o jogador é “imprescindível tecnicamente”, mas complementou que isso não significa que seja “insubstituível”.
O treinador sabia que seria bombardeado por perguntas sobre seu principal atacante, assim como já acontecera no dia da convocação, quando a temática foi a agressão a um torcedor quando estava defendendo o Paris Saint-Germain. Dessa vez, contudo, ele agiu diferente: Tite respondeu a todas as perguntas, mas não se aprofundou em nenhuma delas no momento em que o jogador é alvo de acusação de estupro.
“Primeiro eu sei da importância do assunto, sei da real dimensão. Sei também que o assunto é pessoal e tem um tempo para que as pessoas possam julgar os fatos. Eu não vou julgar”, disse Tite. “Os assuntos que nós tratamos, pessoais, foram leais. Eu não posso julgar.”
Dizendo-se “em paz”, Tite classificou Neymar como “extraordinário jogador de futebol”. E foi além. “Tecnicamente ele é imprescindível (à seleção)”, afirmou o treinador. Depois, completou: “quando a gente fala imprescindível, não quer dizer insubstituível”.
Paciente
Mais do que na entrevista que deu no dia da convocação da seleção brasileira para a Copa América -, Tite argumentou que seu foco na Granja Comary não é apenas o atacante. “Entendo que vocês tenham a busca de informações, mas quero que vocês entendam também que meu foco é a preparação de um grupo de 23 para enfrentar o Catar”, declarou, citando o amistoso desta quarta-feira, em Brasília.