Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Nanossatélite brasileiro é lançado com sucesso

ROSCOSMOS-GK LAUNCH SERVICES/DIVULGAÇÃO

Após ter o lançamento adiado por 24 horas em decor­rência de uma falha técnica, o nanossatélite brasileiro Na­noSatC-Br2 foi lançado com sucesso nesta segunda-feira, 22 de março, às 3h07, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. A desacoplagem do foguete Soyuz-2.1A – que leva no total 38 satélites, sendo o maior da Coreia do Sul – ocor­reu por volta das sete horas de ontem (horário de Brasília).

Segundo informou a agên­cia espacial russa Roscosmos – responsável pela missão –, uma avaria no foguete Soyuz foi identificada pelo corpo técnico do cosmódromo mo­mentos antes do lançamen­to, na madrugada de sábado (20). “Esses atrasos são muito comuns. Anomalias climá­ticas ou outros eventos que podem influenciar no lança­mento estão sempre sendo monitorados. É uma pena, mas o processo todo requer muita segurança”, afirma Mi­chele Melo, assessora de Inte­ligência da Agência Espacial Brasileira (AEB).

O ministro de Ciência, Tec­nologia e Inovações, Marcos Pontes, frisou a importância das medidas e checagens de segurança durante as missões. “Segurança em primeiro lugar, sempre!”, afirmou o ministro. De dimensões modestas, o Na­noSatC-Br2 pesa apenas 1,72 quilograma. Com 22 centíme­tros (cm) de comprimento, 10 cm de largura e 10 cm de pro­fundidade, o satélite é menor que uma caixa de sapato.

A principal missão do equi­pamento é monitorar a anoma­lia magnética do Atlântico Sul – fenômeno natural causado pelo desalinhamento do cen­tro magnético da Terra em relação ao centro geográfico, característica que atrapalha a captação de imagens e trans­missão de sinais eletromagné­ticos numa determinada faixa do céu –, mas ele também ser­virá de ferramenta de pesqui­sa para estudantes de diversos campos: engenharia, aerono­mia, geofísica e áreas afins.

O projeto é um esforço con­junto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul e da Agência Espacial Brasileira (AEB). O NanoSat­C-Br2 ficará situado a cerca de 500 quilômetros de altitude – na camada da atmosfera chamada Ionosfera – e fará uma órbita polar héliossíncrona, ou seja, o NanoSatC-Br2 cruzará a cir­cunferência entre Polo Norte e Polo Sul, mas sempre no mesmo ponto em relação ao Sol, em ci­clos constantes.

O custo estimado do Nano­SatC-Br2 – entre desenvolvi­mento, lançamento e operação – é de cerca de R$ 1 milhão, de acordo com Michele Melo. O nanossatélite permitirá a ca­pacitação de profissionais em diversos campos relacionados à ciência e tecnologia. “Os alu­nos vão ajudar na operação do nanossatélite. O contato principal é depois de o equi­pamento lançado. Eles vão obter os dados científicos que estão chegando à Terra”, afirma o professor Eduardo Escobar Bürger, da UFSM.

“O fato de os alunos terem esse contato na graduação é fan­tástico porque eles conhecem como funcionam o mercado de satélite e todo o processo que envolve a fabricação e aquisição de equipamentos, lançamento e operação dele no espaço,”

Missão conjunta
O lançamento do NanoSat­C-Br2 é fruto da parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnolo­gia e Inovações, a AEB e a Ros­cosmos – a agência espacial rus­sa. O satélite brasileiro é um dos 38 dispositivos que estão carre­gados no foguete Soyuz-2.1. A missão envolve Brasil, Rússia e outros 16 países – a maior parceria aeroespacial interna­cional para lançamentos de sa­télite registrada até hoje.

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