Tribuna Ribeirão
Esportes

Nadadores brasileiros esperam confirmar bom momento no Mundial

Por Gonçalo Junior e Paulo Favero
Depois das duas medalhas que Ana Marcela Cunha conquistou na maratona aquática nos 5km e nos 25km, o Brasil aposta alto nas provas de natação, que começam a ser disputadas neste sábado no Mundial de Esportes Aquáticos, na Coreia do Sul. Principalmente com seus velocistas.

O País tem boas chances com os nadadores Nicholas Santos (50 metros borboleta), Bruno Fratus (50m livre), Etiene Medeiros (50m costas) Felipe Lima e João Luiz Gomes Jr. (50m peito), Marcelo Chierighini (100m livre) e no revezamento 4x100m livre masculino. 

Nos 50m livre, o Brasil conta com o nadador mais rápido em 2019: Bruno Fratus cravou 21s31 em junho. Seu grande rival é o norte-americano Caeleb Dressel. “Essa geração que está compondo a seleção é a melhor da história”, afirma. “Acho que a gente nunca teve um time tão sólido, com tantos talentos e com tanto potencial de resultados. Isso é bom e encorajador para todo mundo, inclusive para mim, que estou aí há mais de dez anos na seleção brasileira”, disse o nadador de 30 anos. 

Depois de conquistar sua primeira medalha no Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015, quando foi bronze nos 50m livre, ele chegou à prata na mesma prova no Mundial de 2017, em Budapeste, no revezamento 4x100m livre, ao lado de Gabriel Santos, Marcelo Chierighini e do consagrado Cesar Cielo.

O principal velocista da natação brasileira retornou às piscinas em março depois de passar sete meses sem competir devido a uma cirurgia no ombro. É apontado como um dos favoritos na disputa dos 50m livre, mas sabe que qualquer erro pode lhe custar um lugar no pódio.

Na última edição do Mundial, em Budapeste, o Brasil conquistou cinco medalhas na natação: um ouro com Etiene nos 50m costas e quatro medalhas de prata, com Fratus, João Gomes Junior (50m peito), Nicholas Santos (50m borboleta) e no revezamento 4x100m livre masculino. Dois anos antes, em Kazan, foram três medalhas de prata e uma de bronze. Em 2013, em Barcelona, foram cinco pódios (duas de ouro e três de bronze).

Nas competições de 2009 e 2011, a grande fase de Cesar Cielo projetou o Brasil no quadro de medalhas, mas agora, como disse Fratus, a equipe é considerada muito talentosa e tem grandes possibilidades de tentar fazer a melhor campanha do País na história. Seria um feito, ainda mais em um momento em que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos atravessa grave crise financeira.

VETERANO – Aos 39 anos, Nicholas Santos chega ao Mundial de Esportes Aquático como o atleta mais veterano da delegação e com dois objetivos definidos. “Quero ganhar uma medalha e nadar abaixo dos 22s60 que nadei em Budapeste, que é o recorde sul-americano”, afirmou o atleta da Unisanta ao Estado, especialista nos 50m borboleta.

Nicholas atingirá uma marca expressiva: será sua sétima participação no Mundial de piscina longa (já esteve em oito edições de piscina curta). Ele iniciou sua trajetória em 2001, foi ao evento seguinte em 2003, depois disputou em 2009, 13, 15 e 2017. “Nos últimos dois Mundiais, consegui a medalha de prata e agora chego com o melhor tempo do mundo nos 50m borboleta. Pretendo nadar abaixo da minha marca pessoal. Se conseguir fazer isso, tenho grande chance de ganhar ouro neste Mundial”, disse o nadador, citando os Mundiais de Kazan em 2015 e de Budapeste em 2017.

Inicialmente, Nicholas não iria a Gwangju por causa de alguns critérios estabelecidos pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). O fato de sua prova não ser olímpica pesou bastante. Mas a partir de resultados expressivos na temporada, ele recebeu uma boa notícia. A Fina (Federação Internacional de Natação) convidou o brasileiro para a competição, bancando os seus custos.

A CBDA aceitou e aprovou sua ida. “Essa situação é muito atípica para mim. Acho que eu tenho uma força na natação mundial e vou honrar esse convite da Fina e o aceite da CBDA. Vou fazer meu melhor. As últimas semanas foram bem intensas na preparação física e também trabalhei muito o final da minha prova”, explicou.

Quase quarentão, Nicholas vem mostrando longevidade nas piscinas e espera se tornar campeão mundial. Para isso, terá de nadar mais rápido do que nunca. Ele garante que está pronto para enfrentar a “meninada”. “A bagagem que tenho de experiência, a preparação física, o controle mental com situações de pressão, lido muito melhor agora. Sem dúvida, acaba sendo uma vantagem para mim”, afirmou o nadador. 

VAGAS OLÍMPICAS – O Brasil busca também vagas nos Jogos de Tóquio. Os 12 países mais bem colocados em cada uma das sete provas de revezamentos garantem automaticamente um lugar em Tóquio. As disputas são no 4x100m e 4x200m livre, 4x100m medley, os três no masculino e no feminino. A novidade é a prova dos 4 x 100m medley misto, com dois homens e duas mulheres em cada time

Antes de desembarcarem em Gwangju, os 20 atletas da delegação fizeram um pit stop na base do Comitê Olímpico do Brasil (COB), em Sagamihara, no Japão, para um período de aclimatação e treinamentos.

A competição será também uma ótima oportunidade para rever grandes astros da modalidade, como o britânico Adam Peaty, especialista no nado peito, e a norte-americana Katie Ledecky, fenômeno do nado livre.

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