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Nada será como antes, ‘deixa a vida me levar’

Uma “pandemia” de mudanças.

Não sejamos radicais, nem tudo poderá ser diferente. Como a procriação, razão da continuidade da raça humana.

São profundas revisões: nas relações interpessoais, em casa, no trabalho, na sociedade, desde um aperto de mão ou um sociável beijo no rosto. Assoprar velinhas do bolo de aniversá­rio, nem pensar. Troque por “deixa a vida me levar” e vá vadiar, porque o sol nascerá e não terá a mocidade perdida.

É aprendizado para a vida prosseguir, com novos hábitos e os riscos naturais da vida moderna. Nem tudo que incorporamos aos nossos dias será possível conservar. Haveremos de adotar costumes até desconfortáveis, como o uso contínuo de máscaras. É processo de reeducação da vida em sociedade. Só o impacto do hoje para uma revisão forçada, rápida, das nossas vidas, sem importar onde vivemos,com quem estamos, o que fazemos ou para onde iremos. Mas, sim, como procedemos: queiramos ou não. É uma nova contingência da vida, para sempre.

Hoje nos refazemos, nos recriamos. Exigirão recuos, renúncias, respeito recíproco, a bem de todos nós: desde as menos importantes práticas do dia a dia.

Por exemplo:
1. Os jogadores de futebol voltam aos treinos, após longas instruções “online”: levam seus uniformes pessoais, chuteiras, usam vestiários individuais (cabines); no campo, utilizam garrafas d’água identificadas (sem uso coletivo); na Alemanha há jogos, sem público, trabalhando 50/60 pessoas no estádio.

2. Os hospitais (Sírio-Libanês, em São Paulo) já implantam novos protocolos, desde o agendamento, orientação “online”, recepção separada, priorizando o distanciamento, evitando contaminação, como todo local público deve ser.

3. As repartições municipais, estaduais e federais, inclusive no transporte coletivo, estão preocupadas com a necessidade de mudar suas práticas? Haverá redução de passageiros nos ônibus e nos trens do Metrô? Ainda não se mostram com esses cuidados; esquecem que as vítimas voltarão para serem hospitalizadas no SUS.

4. As empresas comerciais (lojas, bares, restaurantes, sho­ppings centers – estes, enquanto fechados, fazem reformas), devem se preparar para atender clientela sem aglomerações, nem comida exposta.

5. As indústrias (de todos os seguimentos) terão que distri­buir criteriosamente os trabalhadores, qualificados e produ­tivos ou não, sejam na atividade, nos refeitórios ou vestiários (troca de uniformes).

6. Nas escolas, alunos empilhados em salas fechadas, mínima ventilação, serão distanciados como nas filas? Ou não mais terão aulas presenciais?

7. As salas de espetáculos (cinemas), templos religiosos, aca­demias de ginástica, barbearias, salões de beleza, atenderão ao distanciamento?

O zelo para com a saúde, em primeiro lugar, deve ser de cada um, sempre, onde quer que se esteja.

A defesa do nosso direito de viver não se transfere a nin­guém, nem aguarde que outrem o faça, embora o respeito ao próximo seja dever de cidadania, livre de crenças religiosas. Não se acomode na sombra dos governantes, que até escon­dem respiradores!

Defenda-se como puder e viva, porque Deus quer.

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