A partir desta segunda-feira, 22 de julho, os clientes da Caixa Econômica Federal em Ribeirão Preto terão a oportunidade de liquidar suas dívidas, com descontos especiais, diretamente no caminhão “Você no Azul”. A unidade móvel de atendimento ficará cinco dias na cidade, até sexta-feira (26), estacionada na Esplanada do Theatro Pedro II, na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico, com atendimento das nove às 17 horas.
Pessoas físicas e jurídicas com dívidas em atraso encontrarão no atendimento uma forma de regularizar os valores em aberto com condições especiais de pagamento que variam conforme o tipo de operação, quantidade de dias em atraso e garantias dos contratos. Na renegociação de contratos habitacionais, os clientes ainda podem optar pela incorporação das parcelas atrasadas nas próximas prestações a vencer até o fim do prazo contratual.
Também podem optar pela utilização do saldo da conta vinculada do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para reduzir o valor da prestação, conforme as regras do Fundo, e pela alteração da data de vencimento da prestação. O caminhão “Você no Azul” faz parte da campanha homônima que disponibiliza aos clientes que possuem créditos em atraso, com soluções personalizadas, atendimento ágil em um local diferenciado.
A campanha tem vigência até 22 de agosto e os interessados também podem buscar atendimento por meio do site do banco (www.caixa.gov.br/ vocenoazul), pelo telefone 0800 726 8068 via WhatsApp ou ligar e escolher a opção 8 ou ainda nas redes sociais da Caixa Econômica Federal. Foi lançada em 28 de maio e engloba cerca de três milhões de clientes, proporcionando facilidades para regularização de débitos com atraso superior a 360 dias com descontos que variam entre 40% e 90% para liquidação à vista, conforme a situação dos contratos e o tipo de operação de crédito.
A “Você no Azul” abrange cerca de 2,6 milhões de clientes pessoa física, dos quais 92% poderão quitar suas dívidas à vista por valores inferiores a R$ 2 mil, e 320 mil pessoas jurídicas, em que 65% têm possibilidade de quitar à vista com valores inferiores a R$ 5 mil. No caso das empresas, a maior parte das dívidas é de renegociação (34,3%). Em seguida, vem capital de giro (25,4%), rotativo (19,9%), parcelados (15,6%) e cartão de crédito (4,7%).
As dívidas dos clientes totalizam R$ 4,1 bilhões e expectativa do banco é recuperar R$ 1 bilhão ao oferecer os descontos. Os valores variam de R$ 50 a R$ 5 milhões, em contratos sem garantia, com garantia insuficiente ou considerados de difícil recuperação. Os clientes pessoas físicas, em sua maioria, têm renda de até R$ 1,5 mil (60%), seguidos pelos que têm renda de até R$ 3 mil (23%), até R$ 5 mil (9%) e acima de R$ 5 mil (8%). A maior parte das dívidas é de crédito consignado (24,7%), seguido por cartão de crédito (18,1%), cartão de material de construção (15,2%), renegociação de dívidas (15,2%), crédito pessoal (13,8%), rotativo (11,7%) e microcrédito (2%).
Segundo o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, a ação facilita a regularização ou liquidação das dívidas em atraso dos clientes que estão com dificuldade de pagamento dos compromissos financeiros em condições especiais. “Um dos nossos principais objetivos é resgatar o poder de compra e parcelamento dos clientes, adequar seus compromissos à sua realidade financeira, e possibilitar que possa tomar novo crédito no mercado, com a exclusão da restrição em seu cadastro”, diz.
O número de inadimplentes em Ribeirão Preto aumentou 6,5% em maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2018, de 244.631 para 260.493, com 15.862 devedores a mais. Significa que 37,5% da população da cidade, estimada em 694.534 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem alguma conta em atraso, aponta a Serasa Experian. A média de crescimento da inadimplência é superior à nacional, que ficou abaixo de 1% (0,95%).
Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que, em junho, as dívidas bancárias, como cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos tiveram alta de 2,7%. Somando todas as pendências, cada consumidor inadimplente deve, em média, R$ 3.252,70. O valor representa quase três vezes e meia o salário mínimo no país (R$ 998,00). Em média, cada devedor tem duas contas em aberto. Até abril deste ano eram 62,6 milhões de pessoas nessa situação, o que representa quase 41% da população adulta.