Tribuna Ribeirão
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Mulheres têm que ser defendidas, e não criminalizadas! 

José Eugenio Kaça *
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O Brasil teve dois momentos, que marcaram a sua história política, e os seus efeitos estamos sentido nos dias de hoje. Estes dois momentos aconteceram na década de 1980. O primeiro foi quando as igrejas petencostais resolveram disputar as eleições legislativas, com o argumento tendencioso de que a política precisava de homens de “Deus”, pois só assim o País iria cumprir o seu destino de liderar o mundo. O segundo foi a profecia que o Deputado constituinte Ulysses Guimarães fez quando foi questionado por um reporter, sobre a qualidade moral do Congresso Nacional. – Está achando este Congresso ruim? Então espera os próximos: serão bem piores. Vendo o Congresso Nacional nos dias de hoje, onde a iniquidade e o mau caratismo chegou ao ápice, e os “homens de Deus” que iriam iluminar a política são protagonistas desta podridão -a profecia do velho Ulysses se confirmou.

O que está acontecendo no Congresso Nacional é a confirmação das previsões de Ulysses Guimarães, mas nem ele esperava tanta iniquidade e podridão. O ser humanono seu âmago tem a ilusão de  que os fatos ocorridos no passado traziam mais felicidades, mesmo que a maioria não tenha esperimentado essa felicidade. E este sentimento saudosistacomeçou contaminar o cotidiano, e se expandiu com a chegada do século 21. Esse retrocesso nos costumes, principalmente em relação a mulheres nos remete a era medieval. No começo essa ideias não foram levadas a sério, faziam chacota de quem as defendia, achando que não iriam properar, mas prosperou.

A entrevista de uma militante de extrema direita em um podcast, mostrou que o ambiente medieval do conservadorismo cristão já estava entre nós. Essa senhora disse que a melhor época da humanidade teria sido a Idade Média, onde a religiosidade era levada ao pé da letra, e a submissão das mulheres era absoluta, e as que ousassem demostrar qualquer liberdade de pensamento eram consideradas hereges e queimadas em fogueiras – tempos maravilhosos. Deixar as coisas acontecerem por osmose, muitas vezes nos leva para o abismo. Essa fala aparentemente fora do contexto já fazia parte da extratégia da extrema direita para derrubar no Congresso Nacional os direitos elementares garantidos na Constiruição cidadã.

Quando temos um parlamento com uma maioria reacionário, composta de integrantes das forças de segurança mais radicais, pastores petencostais, que falam em nome de Deus, mas não defendem os humildes e defensores da aristocracia escravocrata, o retrocesso social é certo. Três projetos que estão andando com a máxima, vão colocar o Brasil no mesmo nível do Talibã. Os três projetos são retrocessos imenssuraveis, no entanto, o projeto que trata do aborto, que criminaliza as mulheres, com pena de até vinte anos, e protege o esrupador é o ápice da canalhice.O deputado autor dessa excrescência do  PL do Rio de Janerio afirmou que é a favor da vida, e mesmo com todas as pesquisas apontando que mais de 70% da população não que a lei atual que permite o aborto em três casos seja modificada, mas para o “nobre! Deputado isso não tem relevancia, pois sua pesquisa é a Biblia, e que fala em nome de Deus.

Os deputados que apoiam essa excrecência, se dizem defensores da vida, mas que vida? São defensores da pena de morte, da diminuição da idade penal, e contra os direitos das mulheres, a misoginia praticada por estes parlamentares é escancarada. São a favor da vida mais adoram matar outro ser humano, tem um delegado que está deputado, que se orgulha de ser o maior matador de seu estado, mas disse que só matou bandido. E são estes inescrupulosos que querem excluir um direito fundamental para a vida das mulheres. Falam o tempo todo em nome de Deus, mas são guiados pelo Demônio!

Defender o direito das mulheres é o dever de todos. Se dizem cristãos, mas não seguem a Cristo!

* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 

 

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