O primeiro teste nacional do Censo Demográfico 2022 confirma que há mais mulheres do que homens na população brasileira. Dependendo da região, um em cada quatro habitantes é idoso. Os resultados preliminares, divulgados nesta quinta-feira, 17 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são referentes ao levantamento censitário conduzido entre novembro e meados de fevereiro, em localidades das 27 Unidades da Federação.
O IBGE lembra que todos os locais visitados no teste nacional serão novamente recenseados a partir de 1º de agosto, quando começa a coleta oficial do Censo Demográfico em todo o país. No mês anterior já haverá trabalhadores em campo fazendo a pesquisa de entorno de domicílios. Os agentes percorrerão rua a rua do país para conhecer o território.
No teste nacional, os recenseadores visitaram 59.535 endereços, sendo 39.477 desses domicílios ocupados por moradores. Os técnicos conseguiram realizar 38.371 entrevistas: 98,1% na modalidade presencial, 1,3% pela internet e 0,6% por telefone. O resultado significa que 111.184 pessoas foram recenseadas nas 27 localidades selecionadas para o teste. Os primeiros resultados mostram que esse universo era composto por 57.514 mulheres (51,7% do total) e 53.670 homens (48,3%).
O local com maior proporção de mulheres foi o bairro de Amaralina, em Salvador, na Bahia, onde elas representavam 56,3% da população. Apenas oito localidades visitadas tinham mais homens do que mulheres: Tigrinhos (SC), Jardim Olinda (PR), Lagoinha do Piauí (PI), Lajeado (TO), Novo Remanso (Itacoatiara/AM), Ema (Pindoretama/ CE), Macujê (Aliança/PE) e Sucuri (Cuiabá/MT).
A população idosa, de 60 anos ou mais, somava 18.575 pessoas, ou 16,7% do total de recenseados. Em Amaralina (Salvador/BA), a proporção de idosos subiu a 26% da população. O resultado também foi expressivo no bairro Araçás (Vila Velha/ES), com 24,1% da população local enquadrada como idosa; Minas Brasil (Belo Horizonte/MG), com 23,3%; e Paulo de Frontin (RJ), com 22,2%. A localidade de Samambaia, em Brasília, tinha a menor proporção de idosos em sua população, apenas 7,2%.
No Censo Demográfico de 2010, somente 10,8% da população estavam nessa faixa etária de 60 anos ou mais de idade. O teste no Bairro Liberdade, em Porto Velho/RO, apontou um aumento no número de moradores idosos em relação ao último Censo. Em 2010, os idosos representavam 8,8% da população do bairro, proporção que subiu agora a 18,3%.
O IBGE notou ainda que, entre os nove municípios que foram totalmente recenseados, houve redução na população residente em relação ao Censo 2010 em dois deles: Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) e Jardim Olinda (PR). Já Tigrinhos (SC) apresentou um aumento populacional de 32,2% no período. Os recenseadores visitaram 1.081 endereços no município catarinense, sendo 860 deles com moradores, revelando 2.322 habitantes na cidade, contra um total de 1.757, em 2010, ou seja, 565 pessoas a mais.
O local recenseado com maior população residente foi o município Engenheiro Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro, onde os técnicos apuraram 12.304 habitantes. O menos populoso foi o município de Jardim Olinda, no Paraná, com apenas 1.391 moradores. Os lares visitados no teste tinham, em média, 2,9 moradores cada um. O número de habitantes subia a uma média de 3,5 pessoas por domicílio no Eixo Central da sede do município de Mucajaí, em Roraima, mas descia a 2,3 pessoas por residência em Amaralina, Salvador.
A taxa de não resposta foi de 2,8% em todo o universo de domicílios permanentes ocupados encontrados no teste do IBGE. Os recenseadores tiveram mais dificuldades em obter entrevistas em Mucajaí (com taxa de não resposta de 6,5%) e no bairro Liberdade, em Porto Velho (6,1%). O Censo Demográfico 2022 do IBGE, a ser realizado no segundo semestre deste ano, coletará as coordenadas geográficas de cada domicílio visitado no país. Este tipo de dado vem sendo captado desde 2007, mas apenas para domicílios rurais e estabelecimentos agropecuários.
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Rios Neto, é a primeira vez que o Censo coletará as coordenadas também de endereços urbanos. Com esses dados é possível visualizar a localização de casas residenciais, além da quantidade de pessoas que vivem em cada uma. Isso pode ser útil em situações de desastres naturais, por exemplo.