Nesta sexta-feira, 17 de janeiro, o Ministério Público do Estado de São Paulo denunciou Aparecida Donizetti, de 60 anos, por maus-tratos. Ela é acusada de envenenar 26 gatos na cidade de São Joaquim da Barra. O caso ocorreu em 27 de dezembro, quando a suspeita colocou carne envenenada em via pública, causando a morte dos animais que ingeriram o alimento contaminado.
De acordo com a Promotoria de São Joaquim da Barra, câmeras de segurança registraram o momento em que a denunciada depositou os pedaços de carne na Rua Paraná, próximo à sua residência. A motivação do crime seria a insatisfação com a presença dos animais na região.
O ato foi enquadrado como maus-tratos agravados, com base no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais. Pelo dispositivo legal, a conduta prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço quando ocorre a morte do animal.
A denúncia também solicita autorização judicial para acesso às informações armazenadas no celular da mulher, buscando provas adicionais que possam esclarecer os detalhes do crime. Se a Justiça de São Joaquim da Barra acatar os argumentos do MP, Aparecida Donizetti será oficialmente considerada ré
Elaa foi presa pela Polícia Civil em 9 de janeiro. A denúncia partiu da professora Anali Vailati, que cuidava de oito dos 26 gatos encontrados mortos por envenenamento. Quatro dos felinos estavam dentro da residência onde a cuidadora morava, na rua Paraná. Os outros estavam nas imediações.
Uma vizinha da cuidadora encontrou pelo menos outros 15 gatos mortos. De acordo com o boletim de ocorrência (BO) registrado no final do ano passado, as cuidadoras encontraram em uma calçada carne moída com uma mistura que acreditavam ser veneno para ratos.
O material foi recolhido pela Polícia Civil e encaminhado para análise. A suspeita foi presa na localidade de Pioneiros, distrito de Guará, cidade vizinha a São Joaquim da Barra. Ela já havia sido intimada e, no dia 31 de dezembro, foi até a Delegacia de São Joaquim da Barra, mas permaneceu em silêncio durante interrogatório.
Na casa da suspeita, ao cumprirem mandado de busca e apreensão, os policiais encontraram mais gatos mortos. De acordo com a Polícia Civil, já foram registradas 31 mortes de gatos e o objetivo é saber se os crimes foram cometidos pela mesma pessoa.
A mulher de 60 anos já havia manifestado a testemunhas ouvidas pela polícia a intenção de eliminar os animais, de acordo com o delegado Gustavo de Almeida Costa. Ela está presa preventivamente após determinação da Justiça. De acordo com o policial, ela responde pelo crime de maus-tratos com resultado morte
A polícia chegou até a suspeita após câmeras de segurança registrarem o momento dos envenenamentos e do relato de testemunhas que viram a mulher oferecendo comida aos gatos. De acordo com o delegado, Aparecida havia se mudado para o bairro há pouco mais de dois meses.
Nesse período, ela teria reclamado dos felinos a vizinhos e ameaçado exterminá-los. Análises preliminares na carne apreendida revelaram a presença de substâncias que aparentavam ser veneno. Exames toxicológicos serão realizados para confirmar a presença dessas substâncias nos órgãos dos felinos. O material foi enviado para perícia, e a conclusão do laudo determinará se houve envenenamento.
Em nota, a defesa de Aparecida Donizetti disse que “a decisão preventiva teve como base tão somente a gravidade abstrata do delito e o clamor popular” e que “tal situação não é justificativa legal para decretação da prisão”. Por isso, iria pedir um habeas corpus e buscar a liberdade da acusada.