Duarte Nogueira *
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“Ribeirão Preto constitui a maior riqueza da província de São Paulo, contanto que o trabalho rasgue a terra e nela se atire a semente. Solo e clima nada mais pedem que isso. Aos lavradores da província que amam o trabalho e em seus sonhos almejam encontrar fortuna aconselho uma peregrinação àqueles lugares”. A afirmação é de Martinho Prado Júnior, o Martinico Prado, quando, em 1877, teve a oportunidade de conhecer e admirar as terras da então Vila de Ribeirão Preto; no livro Os Desbravadores, lançado no início da década de 2000, com 19 mini biografias de grandes empreendedores de séculos passados.
É claro que ele teve a curiosidade despertada pelos artigos publicados pelo médico e filósofo Luís Pereira Barreto. E Martinico não fez a declaração com o intuito de vender terras. Ao contrário, queria comprá-las para plantar café. Não foi exatamente uma declaração de amor feita há quase 150 anos, mas a constatação de que se estava em uma terra que muito poderia produzir, enriquecer e trazer felicidade a seus habitantes. A homens e mulheres que nela viessem a morar e trabalhar.
“O dia que nós chegamos, chegando ali no topo da (rodovia) Anhanguera, minha mãe falou assim: olha que vista maravilhosa. Quando eu olhei e vi a cidade, meu coração fez uma coisa assim, e continua fazendo até hoje. Ribeirão é minha casa, meu berço”. Esta já é a declaração de amor da maestrina Gisele Ganade, do grupo Minaz. Já não é um dizer de empreendedor, mas de uma artista que entende muito bem o que é o amor, e que está entre as histórias de amor pela cidade, na campanha “Minha História de Amor por Ribeirão”, lançada pela prefeitura onde os moradores podem declarar seu amor pela cidade em pequenos vídeos. E eu vou dizer: é mesmo um encanto de cidade.
“Minha História de Amor por Ribeirão é longa, como vocês já podem imaginar. Eu não nasci aqui, nasci em Piracicaba, mas vivo aqui desde pequeno… Ribeirão Preto é uma cidade acolhedora, que participa da vida da gente. E isso é muito forte como ligação. Uma ligação que é eterna. Não há como não gostar”, diz o apaixonado pela cidade e neurocirurgião Hélio Machado, que mora na cidade há 50 anos.
“Eu nasci cego. Mas uma coisa é você entender que você tem uma deficiência. E outra coisa é você aceitar que você tem a deficiência e conviver com ela. Foi aqui em Ribeirão Preto que eu encontrei as barreiras, e também aqui que encontrei pessoas que me ajudaram e me ajudam a suplantar essas barreiras… Eu amo Ribeirão Preto. Do fundo do meu coração, eu me emociono com esta cidade maravilhosa”, registra o professor Fábio Deodato.
Ficamos por aqui nas declarações das pessoas, que estão chegando em vídeo onde
elas contam suas histórias e suas ligações com Ribeirão Preto. São muitas as outras histórias. E são diferentes entre elas. Todas têm em comum, entretanto, o amor que une as pessoas a um lugar, a uma cidade que está repleta de oportunidades para todos. Uma metrópole que pulsa e se desenvolve, mas não permite que o amor vá embora, que a emoção fuja das pessoas. Assim, todos quantos forem os depoimentos aqui relatados, eles estarão carregados de amor, de carinho e de afeto.
Eu também desde cedo aprendi a amar esta minha terra natal que chega na próxima segunda-feira, dia 19, aos 167 anos. Sempre olhei para a cidade como alguém que quer apenas o seu bem, o seu progresso, o seu crescimento, sem deixar de lado esse calor humano, a afeição, a ternura que nos conquista todos os dias em cada esquina, em cada rua, em cada praça. Vejo Ribeirão Preto com este olhar apaixonado, de uma cidade que compartilha, que recebe a todos com grandeza e com o acolhimento que lhe é característico. Mesmo sendo uma cidade global. Inclusive no amor que dá e recebe.
* Prefeito de Ribeirão Preto
Muito amor armazenado e distribuído
