As micro e pequenas empresas (MPEs) foram, com ampla vantagem, as principais geradoras de emprego com carteira assinada do Estado de São Paulo no início do segundo semestre, de acordo com levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O estudo, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), indica que o segmento foi responsável, em julho, pela criação de 33,4 mil novos postos de trabalho formal de um total de 43,3 mil, respondendo por 77% dos empregos formais gerados no período no estado.
O resultado considera o saldo de empregos, isto é, contratações já descontadas as demissões. As médias e grandes foram responsáveis por 4,8 mil empregos no mesmo período, o que equivale a 11% do total. Já a administração pública apresentou saldo negativo de 16 vagas no mês.
Em relação a julho de 2022, houve uma redução no saldo de empregos das MPEs, uma vez que naquele mês o resultado foi de 46,7 mil vagas, uma diferença de cerca de 29%. No acumulado de janeiro a julho, as MPEs foram responsáveis por 217 mil ou 68% do total de aproximadamente 320 mil vagas criadas.
Em igual comparação, as médias e grandes empresas geraram 64 mil (20%). O setor que registrou o melhor resultado entre as MPEs em julho foi o de serviços com saldo de 13 mil vagas, seguido pelo comércio com 9,6 mil e construção com 6,1 mil. Em seguida, vêm a indústria de transformação, 4,4 mil, extrativa mineral, 77, serviços de utilidade pública, 54, e agropecuária com 22 empregos.
Em todo o Brasil, as micro e pequenas empresas responderam, em julho, por 79,8% das vagas abertas. Isso representa 113,8 mil postos de trabalho de um total de 142,7 mil. Esse montante representa uma média de 3.670 vagas formais geradas a cada dia. O volume total criado pelas MPEs é quase seis vezes maior que o número de contratações das médias e grandes empresas (MGEs)
Essas concentraram 13,5% das vagas criadas (19.229). Os demais segmentos são instituições sem fins lucrativos (3.813), pessoas físicas (6.032) e administração pública (-200). No levantamento do Sebrae, são consideradas microempresas as firmas com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração).
Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração). O saldo de julho foi o sétimo resultado positivo seguido. A última vez que as MPEs tiverem um mês com mais demissões que admissões foi em dezembro.
O índice alcançado pelas MPEs em julho só é inferior, em 2023, ao registrado em janeiro, quando elas foram responsáveis por 81% das contratações. Os principais motores da abertura de trabalho nas MPEs, em julho, foram os setores de serviços (46,7 mil vagas), construção (26,1 mil vagas) e comércio (25 mil vagas).
As atividades que mais se destacaram foram construção de edifícios (8,6 mil vagas), restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas (5,8 mil), e transporte rodoviário de carga (4,4 mil). A abertura de ocupação com carteira assinada nas MGEs se concentrou principalmente na indústria de transformação (6,5 mil), serviços (5,8 mil) e agropecuária (4,7 mil).
Acumulado do ano – No acumulado de 2023, a participação proporcional das MPEs na geração de ocupação formal é menor, mas elas seguem na liderança. São 825,4 mil empregos do total de 1,1 milhão criados no Brasil. Isso representa 70,8%, contra 16,4% das MGEs.