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MPE denuncia vereador por crime eleitoral

ALFREDO RISK ARQUIVO

A Promotoria de Justiça Eleitoral de Ribeirão Preto denunciou, na última quin­ta-feira, 26 de setembro, o vereador Isaac Antunes (PR) por suposta prática de crime eleitoral e associação crimi­nosa durante a campanha realizada em 2016, quando ele concorreu à vereança pela primeira vez e foi eleito com 3.111 votos.

O Ministério Público Elei­toral (MPE) afirma que um grupo composto por Isaac Antunes e por seus assesso­res – Chafik Ferreira Scalon, Luciana Maria Luiz Barnabé e pelo ex-advogado do republi­cano, Carlos Renato Lira Buosi – participaram de um suposto esquema para captação ilegal de votos através do movimen­to “Muda Ribeirão”.

Segundo a Promotoria Eleitoral, os acusados teriam feito campanha antecipada de Isaac Antunes em 2015. O “Muda Ribeirão” teria sido criado exclusivamente para a propaganda antecipada e uma evidência disso foi o fato de o movimento ter deixado de atu­ar no período posterior às elei­ções, quando o parlamentar já havia sido eleito.

As suspeitas contra o grupo surgiram em janeiro de 2018, quando foi deflagrada a Ope­ração Têmis. De acordo com o MPE, ele se beneficiou da estru­tura oferecida pelos advogados do escritório Lodoli, Caropreso, Bazo & Vidal Sociedade para captar eleitores. Ao Tribuna, Isa­ac Antunes afirmou que ainda não foi notificado da decisão.

Busoi não sabe o conteúdo da denúncia, mas está tranquilo porque atuou meramente como advogado na campanha de An­tunes e como secretário do par­tido, dentro da legalidade. “Fazer campanha não é crime”, disse à EPTV Ribeirão. Luciana Maria Luiz Barnabé informou que não tem conhecimento sobre o teor da denúncia. Renato Rosin Vi­dal só vai comentar o caso após ter acesso à denúncia.

Os advogados Klaus Phillip Lodoli, Renato Vidal e Gustavo Caropreso, investigados na Ope­ração Têmis, também foram denunciados. A investigação levou um ano e seis meses para ser encerrada. No relatório final em que a PF indicou Antunes, consta que o parlamentar criou o movimento “Muda Ribeirão” com fins eleitorais.

Ele prometia serviços gratui­tos de advocacia para limpar o nome de pessoas com cadastro negativo em órgãos de proteção ao crédito. Segundo a PF, o mo­vimento começou a atuar no pe­ríodo que antecedeu as eleições municipais, em 2016, e conti­nuou durante a campanha.

“Restou demonstrado que Isaac comparecia aos eventos fazendo perceber aos eleitores presentes que era ele quem es­tava fornecendo o serviço gra­tuito de limpeza de nome, de modo a cacifar eleitoralmente. Estratégia esta que foi exitosa, pois o mesmo foi eleito verea­dor”, diz o documento.

Ainda segundo o inquérito, Antunes se associou a Ruy Ro­drigues Neto, que tinha a res­ponsabilidade de captar clien­tes com potencial eleitoreiro nos eventos realizados pelo “Muda Ribeirão”. De acordo com a PF, Ruy colhia procura­ções judiciais e cópias de docu­mentos dos alvos e repassava os dados aos advogados do escritório Lodoli, Caropreso, Bazo & Vidal Sociedade.

A PF afirma que os advo­gados entravam com ações ju­diciais e conseguiam retirar os nomes dos eleitores das listas de serviços de proteção ao crédito, com o único objetivo de garantir vantagem ao então candidato. Klauss Philipp Lodoli, Angelo Luiz Feijó Bazo, Renato Rosin Vidal e Gustavo Caropreso Soa­res de Oliveira são acusados de fraudar processos judiciais que somam R$ 100 milhões.

Com os dados dos inadim­plentes, o escritório procurava homônimos de correntistas com direito à restituição de perdas inflacionárias decorrentes de planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 e ingressava com ações. Somente em Ribeirão Preto, os advogados ajuizaram 53,3 mil processos desse tipo.

Eles chegaram a ser presos em janeiro de 2018, mas obtive­ram habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) e estão em liberdade. Ruy e Bazo, que fecharam acordos de delação premiada, foram indiciados pela PF pelo crime de associação criminosa junto com os outros advogados. Eles negam as acu­sações e afirmam que jamais co­meteram fraude.

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