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MP intima PróUrbano e Transerp

Foto: Alfredo Risk/Jornal Tribuna

O promotor de Defesa do Consumidor de Ribeirão Preto, Carlos Cezar Barbosa, intimou o Consórcio PróUrbano – gru­po concessionário do transporte coletivo na cidade, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Trans­corp (50%) – e a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Transerp) para uma audiência com o objetivo de encontrar uma solução para os proble­mas do setor na cidade.

A reunião foi marcada após o representante do Ministério Público de São Paulo (MPSP) receber os documentos solici­tados ao consórcio e à Tran­serp. A audiência será em 26 de abril, às 15 horas, na sede do MP, na região conhecida como Cidade Judiciária, no bairro da Ribeirânia, Zona Leste de Ri­beirão Preto.

O promotor afirmou ao Tribuna, que ao analisar a do­cumentação, constatou fortes indícios de que o serviço de transporte coletivo está sendo prestado de forma inadequada, em prejuízo dos usuários. Na reunião, deverá ser proposto um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Se não hou­ver acordo, ele poderá entrar com uma ação civil pública.

Entre os problemas cons­tatados pela Promotoria de Defesa do Consumidor estão episódios que representam falta de segurança em ônibus e mui­tas reclamações por descumpri­mento do horário de embarque, excesso de passageiros e veí­culos circulando sem a devida manutenção técnica.

Barbosa instaurou, em 16 de março, inquérito civil para investigar o descumprimen­to na prestação de serviços pelo grupo concessionário do transporte coletivo em Ribei­rão Preto. O consórcio tem uma frota de 354 ônibus e ope­ra 117 linhas na cidade.

O inquérito foi instaurado devido às reclamações feitas por passageiros e dos recentes acidentes envolvendo usuários do transporte coletivo, como a queda de uma senhora de um micro-ônibus do sistema Leva-e-Traz – linhas comple­mentares do transporte coleti­vo urbano de Ribeirão Preto –, em 9 de março.

Ela caiu quando o veícu­lo fez uma curva na avenida Heráclito Fontoura Sobral Pinto, no Jardim Guaporé, Zona Sul da cidade. Os pas­sageiros postaram vídeos nas redes sociais mostrando que a porta do veículo estava presa com arame. Procurado pelo Tribuna, o grupo concessio­nário não se manifestou.

Autuações
O Consórcio PróUrbano foi autuado 518 vezes nos me­ses de janeiro e fevereiro e até 15 de março, média de sete multas por dia. As penalidades foram aplicadas pela Transerp. O valor total das autuações chega a R$ 150 mil, consequ­ência do descumprimento de vários serviços prestados pelo Consórcio PróUrbano.

Segundo o Tribuna apurou, o grupo entrou com recursos que teriam sido negados pela Transerp – a empresa não confirma. As autuações foram aplicadas por vários motivos, como superlotação de veícu­los, descumprimento de horá­rios, atrasos, desvio de itinerá­rios das linhas de ônibus e falta de higienização.

No ano passado
No ano passado todo foram 606 autuações por descumpri­mentos de itens do contrato de prestação do serviço. Ao todo, as punições resultaram em multas no valor de R$ 150.079,06, o mesmo montan­te registrado em menos de três meses deste ano.

As 518 autuações de 2022 já representam 85,5% do total de 2021. Entre os principais motivos de autuações estão o não cum­primento de horários e o excesso de tempo de parada nos pontos de ônibus. Cerca de 700 moto­ristas estão ligados ao grupo.

Ouvidoria
Segundo dados da Ouvi­doria da Transerp, no ano pas­sado o Consórcio PróUrbano foi alvo de 2.704 queixas de usuários, média de sete recla­mações por dia. No primeiro bimestre deste ano, entre ja­neiro e fevereiro, já são 665, média diária de onze e 24,6% do total de 2021.

Somente em janeiro, o 0800 da Transerp recebeu mais de 300 reclamações de usuários. A Transerp informa que pro­move ações de fiscalização e vistoria nos veículos e, quan­do o problema é detectado, o Consórcio PróUrbano é noti­ficado, podendo ser multado.

Tarifa cara
Depois de ser notificado sobre as autuações, o consór­cio tem 30 dias para recorrer. Dados da Transerp indicam que houve um aumento de 132,1% no volume de passa­geiros em cerca de quatro me­ses, de aproximadamente 56 mil por dia em junho para 130 mil atualmente.

São 74 mil a mais. Em 16 de fevereiro, o valor da passa­gem de ônibus foi reajustado em 19%. A tarifa do transpor­te coletivo urbano saltou de R$ 4,20 para R$ 5, acréscimo de R$ 0,80. Vereadores entra­ram com ações judiciais para barrar o aumento e aprova­ram um decreto suspenden­do o reajuste, mas a medida não teve resultado prático.

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