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MP Federal recorre para validar escutas

O Ministério Público Fe­deral (MPF), por meio da subprocuradora-geral da Re­pública Cláudia Sampaio Mar­ques, impetrou nesta quarta­-feira, 26 de abril, no Supremo Tribunal Federal (STF), pedi­do de reconsideração da deci­são do ministro Kassio Nunes Marques – no dia 13, ele ne­gou recurso extraordinário ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organiza­do (Gaeco) e manteve nulas as interceptações telefônicas que serviram de base para as ações penais da Operação Sevandija, o maior escândalo político da história de Ribeirão Preto.

No documento, o MPF pede que o relator reconside­re sua decisão e, caso isso não aconteça, seja dado provimen­to ao agravo interno para julga­mento do caso no plenário do STF, último recurso possível. O Ministério Público de São Pau­lo (MPSP) tenta reverter a de­cisão da Sexta Turma do Supe­rior Tribunal de Justiça (STJ), que em 20 de setembro do ano passado anulou as escutas te­lefônicas. Nunes Marques é o relator do recurso e a decisão monocrática foi expedida em 13 de abril, mas a divulgação só ocorreu na terça-feira (25).

Na decisão, o ministro Nu­nes Marques afirma que con­forme havia destacado o STJ, “não foram demonstrados na decisão que deferiu a intercep­tação telefônica e suas sucessi­vas renovações, a prova da ma­terialidade delitiva, os indícios de autoria, a conveniência e a indispensabilidade da medida para a elucidação dos fatos de­lituosos sob investigação, tudo a evidenciar a violação aos re­quisitos legais especificados”.

O juiz Nelson Augusto Ber­nardes, da 3ª Vara Criminal de Campinas, responsável pela condução das ações penais da Operação Sevandija, já havia determinado a suspensão tem­porária da continuidade dos processos até que o STF julgue em definitivo a validade ou não das escutas telefônicas.

Gaeco
O Gaeco se escora em limi­nar concedida pelo vice-presi­dente do STJ Geraldo Og Fer­nandes, que suspendeu, em 6 de fevereiro, a decisão da Sexta Turma do STJ. A Operação Se­vandija foi deflagrada em 1º de setembro de 2016, em Ribeirão Preto, na gestão da então prefei­ta Dárcy Vera (à época no PSD, hoje sem partido). Se Nunes Marques negar o agravo, as es­cutas serão retiradas definitiva­mente do processo e a força-ta­refa será praticamente extinta, sem réus nem condenações.

Dárcy Vera
A Operação Sevandija condenou secretários, verea­dores, advogados, empresá­rios e a então prefeita Dárcy Vera – em 2018, pegou 18 anos e nove meses de prisão. Em novembro de 2020, o Tri­bunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aumentou a pena para 26 anos, um mês e três dias.

O então juiz da Sevandija, Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, também condenou a ex-prefeita, em julho do ano passado, a 19 anos de prisão por lavagem de dinheiro para a reforma de um imóvel e pelo pagamento simulado a um advogado. Ela passou mais de dois anos e seis meses presas na Penitenciária Feminina de Tre­membé, entre 19 de maio de 2017 e 6 de dezembro de 2019.

Risco
Saiu graças a um habeas corpus concedido pelo mi­nistro Rogerio Schietti Cruz, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, a mesma que anulou as escutas. Se­gundo o Gaeco, a anulação das interceptações pode co­locar em questão o bloqueio de imóveis, veículos e R$ 71 milhões obtidos com em­presas e pessoas investigadas por acordos de colaboração.

Sevandija
A Operação Sevandija, de­flagrada em 1º de setembro de 2016, tem por base três ações penais. A dos honorários ad­vocatícios envolve um suposto esquema de fraude no processo do acordo dos 28,35%, referen­te à reposição das perdas infla­cionárias do Plano Collor aos servidores municipais.

A ex-prefeita Dárcy Vera e mais cinco pessoas são acusadas de desviar R$ 45,5 milhões da prefeitura de Ribeirão Preto. To­dos negam a prática de crimes. No total, o Gaeco estima que o suposto esquema tenha desvia­do mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos, o maior escân­dalo político da história de Ri­beirão Preto. Ainda há processos na Justiça por desvios em licita­ções do antigo Departamento de Água e Esgotos (Daerp).

Outra linha de investigação envolve a negociação de cargos terceirizados em troca de apoio político na Câmara, por meio da Companhia de Desenvolvi­mento Econômico (Coderp) e a empresa Atmosphera Cons­truções e Empreendimentos, além de lavagem de dinheiro. Trinta e duas pessoas foram condenadas por crimes como peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

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