Adalberto Luque
Quem provocar queimadas em matas e terrenos de Ribeirão Preto poderá responder civil e criminalmente. O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), órgão do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em atuação conjunta com as Polícias Civil e Militar, pretende investigar os focos de queimadas urbanas e chegar até os responsáveis.
Segundo a promotora Cláudia Habib, haverá punições severas às pessoas que forem reconhecidas como autores de incêndios na cidade de Ribeirão Preto. Ela conta com o apoio da população através de denúncias que possam identificar os responsáveis.
“A gente instaura o processo civil para que haja a responsabilização por aqueles danos, para que aqueles danos causados sejam reparados integralmente e também criminalmente, porque é crime”, diz a representante do Ministério Público.
“A Polícia Civil investiga o que aconteceu até identificar o autor para que também seja processado criminalmente. Uma conduta com três consequências nas três esferas. E as três severas”, adianta a promotora que coordena o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente.
Os incêndios têm causado danos e transtornos para a população. Inclusive, quando atingem a rede de energia elétrica, podem causar blackout. Sem contar que podem chegar até residências ou estabelecimentos comerciais, com grandes riscos.
As denúncias podem ser feitas através do telefone 190, da Polícia Militar. E focos de incêndio devem ser imediatamente comunicados através do telefone 193, para o Corpo de Bombeiros. Quanto antes a comunicação for feita, maiores as chances do incêndio ser extinto com rapidez.
Segundo a CPFL Paulista, na região de Ribeirão Preto e Franca, as queimadas causaram 127 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia no primeiro semestre de 2023. Em todo o ano de 2022 foram 353 casos. O levantamento considera interferências provocadas na rede de distribuição por incêndios de todas as proporções, em área urbana ou rural.
Na região, a cidade de Ribeirão Preto lidera o ranking de interrupções de energia causadas por queimadas no primeiro semestre de 2023, com 26 ocorrências. São 24 a menos que as 50 do mesmo período do ano passado, queda de 48%. Franca ocupa a segunda posição com 22 casos e Bebedouro fica em terceiro, com nove.
Na segunda-feira, 7 de agosto, uma área verde de aproximadamente cinco mil metros quadrados pegou fogo próximo ao Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali, o Curupira, e às avenidas Maria de Jesus Condeixa e Doutor Francisco Junqueira, entre o Centro e a Zona Leste de Ribeirão Preto.
A fumaça se espalhou pela região, cercada por prédios residenciais. O Corpo de Bombeiros foi acionado. Na manhã do dia seguinte a terra ainda ardia atrás do Curupira. O fogo não chegou a atingir o parque, mas chegou bem perto. Também não atingiu as residências e edifícios vizinhos do parque, mas assustou os moradores.
Não há registro de danos patrimoniais ou feridos. As causas do incêndio serão investigadas. O calor, o tempo seco e o vento podem ter facilitado o incêndio na região. A Defesa Civil alerta à população para que não jogue bituca de cigarros no mato seco. Empresas com obras na vizinhança emprestaram caminhões-pipa para combater as chamas.
A falta de chuvas, comum neste período do ano, aumenta os riscos de ocorrência de incêndios em matas e terrenos. O fogo em áreas de vegetação urbana pode causar danos graves na flora, fauna e degradar o solo. Pode também causar interrupção no transporte público, na distribuição de energia elétrica e nas redes de comunicação.
Na grande maioria das vezes, as queimadas urbanas são resultado de ações humanas irregulares. A fiscalização, segundo o coordenador da Defesa Civil de Ribeirão Preto, Tiago Caldeira, ocorre por meio de denúncias pelos telefones 193, do Corpo de Bombeiros, ou 199, da Defesa Civil, além de patrulhamentos constantes da Guarda Civil Metropolitana.
No período de estiagem, a umidade do ar fica muito baixa, principalmente no período da tarde, deixando o tempo mais seco. Por esse motivo, é importante aumentar o consumo de água durante o dia, principalmente por crianças e idosos, já que a hidratação é fundamental para a saúde.
Sempre que possível, também é recomendável utilizar soro e colírio na lubrificação das vias aéreas para diminuição do incômodo respiratório, além de evitar a prática de atividades físicas entre as onze horas da manhã e as 17 horas, a popular cinco da tarde.