Tribuna Ribeirão
Geral

MP fecha o cerco contra queimadas

ALFREDO RISK

Adalberto Luque

Quem provocar queima­das em matas e terrenos de Ribeirão Preto poderá res­ponder civil e criminalmente. O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), órgão do Minis­tério Público de São Paulo (MPSP), em atuação conjun­ta com as Polícias Civil e Mi­litar, pretende investigar os focos de queimadas urbanas e chegar até os responsáveis.

Segundo a promotora Cláudia Habib, haverá puni­ções severas às pessoas que forem reconhecidas como au­tores de incêndios na cidade de Ribeirão Preto. Ela conta com o apoio da população atra­vés de denúncias que possam identificar os responsáveis.

“A gente instaura o pro­cesso civil para que haja a responsabilização por aque­les danos, para que aqueles danos causados sejam repa­rados integralmente e tam­bém criminalmente, porque é crime”, diz a representante do Ministério Público.

“A Polícia Civil investiga o que aconteceu até identifi­car o autor para que também seja processado criminalmente. Uma conduta com três conse­quências nas três esferas. E as três severas”, adianta a promo­tora que coordena o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente.

Os incêndios têm causa­do danos e transtornos para a população. Inclusive, quando atingem a rede de energia elé­trica, podem causar blackout. Sem contar que podem chegar até residências ou estabeleci­mentos comerciais, com gran­des riscos.

As denúncias podem ser feitas através do telefone 190, da Polícia Militar. E focos de incêndio devem ser imedia­tamente comunicados através do telefone 193, para o Corpo de Bombeiros. Quanto antes a comunicação for feita, maiores as chances do incêndio ser ex­tinto com rapidez.

Segundo a CPFL Paulista, na região de Ribeirão Preto e Franca, as queimadas causa­ram 127 ocorrências de inter­rupção no fornecimento de energia no primeiro semestre de 2023. Em todo o ano de 2022 foram 353 casos. O le­vantamento considera interfe­rências provocadas na rede de distribuição por incêndios de todas as proporções, em área urbana ou rural.

Na região, a cidade de Ri­beirão Preto lidera o ranking de interrupções de energia causadas por queimadas no primeiro semestre de 2023, com 26 ocorrências. São 24 a menos que as 50 do mesmo período do ano passado, queda de 48%. Franca ocupa a segunda posi­ção com 22 casos e Bebedouro fica em terceiro, com nove.

Na segunda-feira, 7 de agos­to, uma área verde de aproxi­madamente cinco mil metros quadrados pegou fogo próximo ao Parque Prefeito Luiz Rober­to Jábali, o Curupira, e às ave­nidas Maria de Jesus Condeixa e Doutor Francisco Junqueira, entre o Centro e a Zona Leste de Ribeirão Preto.

A fumaça se espalhou pela região, cercada por prédios re­sidenciais. O Corpo de Bom­beiros foi acionado. Na manhã do dia seguinte a terra ainda ardia atrás do Curupira. O fogo não chegou a atingir o parque, mas chegou bem perto. Tam­bém não atingiu as residências e edifícios vizinhos do parque, mas assustou os moradores.

Não há registro de danos patrimoniais ou feridos. As causas do incêndio serão in­vestigadas. O calor, o tempo seco e o vento podem ter faci­litado o incêndio na região. A Defesa Civil alerta à população para que não jogue bituca de cigarros no mato seco. Empre­sas com obras na vizinhança emprestaram caminhões-pipa para combater as chamas.

A falta de chuvas, comum neste período do ano, aumen­ta os riscos de ocorrência de incêndios em matas e terre­nos. O fogo em áreas de ve­getação urbana pode causar danos graves na flora, fauna e degradar o solo. Pode também causar interrupção no trans­porte público, na distribuição de energia elétrica e nas redes de comunicação.

Na grande maioria das ve­zes, as queimadas urbanas são resultado de ações humanas ir­regulares. A fiscalização, segun­do o coordenador da Defesa Civil de Ribeirão Preto, Tiago Caldeira, ocorre por meio de denúncias pelos telefones 193, do Corpo de Bombeiros, ou 199, da Defesa Civil, além de patrulhamentos constantes da Guarda Civil Metropolitana.

No período de estiagem, a umidade do ar fica muito bai­xa, principalmente no período da tarde, deixando o tempo mais seco. Por esse motivo, é importante aumentar o con­sumo de água durante o dia, principalmente por crianças e idosos, já que a hidratação é fundamental para a saúde.

Sempre que possível, tam­bém é recomendável utilizar soro e colírio na lubrificação das vias aéreas para diminui­ção do incômodo respirató­rio, além de evitar a prática de atividades físicas entre as onze horas da manhã e as 17 horas, a popular cinco da tarde.

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