Tribuna Ribeirão
Economia

Movimento no Leite Lopes cai 6% e é o pior dos últimos sete anos

O Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, enquanto aguarda definição de projetos e licitações para a inter­nacionalização do transporte de cargas, vem registrando queda no número de passageiros. Segundo dados do Departamento Aerovi­ário do Estado de São Paulo (Da­esp) – autarquia ligada à Secretaria Estadual de Logística e Transpor­tes –, administrador do espaço, o movimento em 2017 foi o pior em sete anos, com 867.544 pessoas.
Em comparação com 2016, quando 922.756 passageiros em­barcaram ou desembarcaram no Leite Lopes, a queda chega perto de 6%, com 55.212 pes­soas a menos. Com exceção de 2010 – quando o movimento caiu porque o aeroporto ficou fechado para obras –, o número também é inferior ao de anos anteriores des­de 2011, quando 1.114.415 pesso­as passaram pelo terminal do Leite Lopes, ainda assim um dos mais movimentados do interior pau­lista. A queda foi de 22,1%, com 246.871 passageiros a menos.

No dia 10 de janeiro, em reu­nião realizada em Brasília, técnicos da Secretaria Nacional da Aviação Civil (SAC) – ligada ao Ministério dos Transportes – solicitaram ao Daesp oito ajustes no termo de referência que servirá de base para a elaboração do edital de licitação e escolha da empresa responsável pelo projeto executivo das obras de ampliação e modernização do Aeroporto Leite Lopes, que per­mitirá o transporte internacional de cargas – a cidade deve ganhar voos semanais para Miami, na Flórida, Estados Unidos.

Por causa dos trâmites e dos recursos que ainda poderão ser impetrados nas várias fases das licitações, os ajustes devem adiar o início das obras para 2019 – a previsão inicial era para o segun­do semestre deste ano. Dos R$ 88 milhões, o governo federal vai repassar R$ 79,2 milhões, e os R$ 8,8 milhões restantes são de responsabilidade do Estado de São Paulo. A liberação dos recursos acontecerá de acordo com o cumprimento das etapas previstas no plano de trabalho.

Segundo Carlos Ernesto de Campos, diretor-presidente da Terminais Aduaneiros do Brasil (Tead Brasil), enquanto as obras não saem do papel, a região de Ribeirão Preto e o Estado de São Paulo deixam de arrecadar cerca de R$ 1,1 bilhão em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Ser­viços (ICMS). Em 2004, a empresa dele venceu licitação para operar um terminal de cargas no Leite Lo­pes, onde investiu R$ 43 milhões na construção de um galpão de 13 mil metros quadrados que jamais recebeu um quilo de qualquer pro­duto vindo de fora.

Ele é um crítico da ampliação do terminal de passageiros – dos atuais quatro mil metros quadra­dos para 12 mil m² –, uma das obras previstas no pacote de R$ 88 milhões. “O movimento só cai no Leite Lopes, diminui ano a ano, vão ampliar o terminal de passageiros para quê?”, questiona. Também estão previstas as ampliações da seção contra incêndio, de 600 m² para 930 m², e do do pátio de aero­naves, em 30 mil m², além do reca­peamento dos sistemas de pistas de pouso e decolagem e implantação de “turnaround” (área de giro de aeronaves) nas cabeceiras.

O Aeroporto Leite Lopes foi inaugurado no dia 2 de abril de 1939. A primeira ampliação da pista foi realizada na década de 1940. Em 1996, o equipamen­to passou por reforma e nova ampliação. A pista de pouso foi ampliada de 1.800 metros para 2.100 metros. A de taxiamento foi de 730 para 2.100 metros. O novo pátio de estacionamento, com 27.600 metros quadrados, poderia receber, na época, si­multaneamente oito aeronaves Fokker F-100 ou Boeing B-737.

Para maior proteção e segu­rança às operações noturnas de pouso e decolagem, foi instalada nova cabine de força, recuperado o sistema elétrico, feito o balizamen­to das pistas e implantada ilumi­nação dos pátios. Em 2006 houve uma nova reforma e a pista do aeroporto ganhou mais 15 metros na largura, passando a 45 metros, além de ter sido adicionado ao seu asfalto uma substância chamada polímero, usada também em to­dos os circuitos de Fórmula-1 que garante maior aderência entre a pista e os pneus. Entre 28 de julho de 2008 e 21 de julho de 2010, fo­ram realizadas obras de ampliação e reforma do terminal de passagei­ros. Após a abertura da nova ala, a antiga foi fechada, remodelada e reaberta, juntando-se à nova.

O aeroporto opera em perío­do integral e recebe anualmente cerca de 37 mil voos, um dos mais movimentados do Brasil, com volume operacional superior a di­versas capitais brasileiras. O Leite Lopes é hoje o quarto maior do estado de São Paulo, sendo supe­rado apenas por São Paulo/Gua­rulhos, São Paulo /Congonhas e Campinas/Viracopos.

Único que possui voos re­gulares comerciais no nordeste paulista, atendendo prioritaria­mente a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, o Leite Lopes tem sua abrangência expandida até para outros estados, como a região Sul de Minas Gerais, impactando aproximadamente quatro milhões de habitantes.

A queda ano a ano no aeroporto de RP
2010 – 677.768 passageiros
2011 – 1.114.415 passageiros
2012 – 1.077.010 passageiros
2013 – 1.095.008 passageiros
2014 – 1.079.430 passageiros
2015 – 1.109.809 passageiros
2016 – 922.756 passageiros
2017 – 867.544 passageiros

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