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Motta tem votos para ser eleito presidente Câmara dos Deputados

Candidato oficial do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu reunir apoio de 15 partidos (Marina Ramos/Câmara dos Deputados )

Candidato oficial do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para assumir o comando da Casa Legislativa, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu reunir apoio de 15 partidos. Essas legendas garantem a Motta pelo menos 385 votos na eleição para presidência da Câmara, 128 a mais do que o suficiente para vencer em primeiro turno da votação que ocorrerá em fevereiro.

Na terça-feira, 5 de novembro, quatro siglas partidárias anunciaram adesão à candidatura do deputado paraíbano: o PSB, o PDT e a federação formada por PSDB e Cidadania. Nesta quarta-feira (6), o Solidariedade esticou a lista. Mais cedo, Rede e PRD também aderiram à candidatura do parlamentar. Na semana passada, Motta também recebeu o endosso de PL, PT, MDB, PP, Podemos, PCdoB e PV, além de seu próprio partido, o Republicanos.

Por enquanto, o PSD resolveu manter a candidatura de Antonio Brito (BA) à presidência da Câmara, mas sinalizou pela primeira vez que o deputado pode deixar a disputa. Em reunião da bancada na terça-feira, os parlamentares da sigla resolveram abrir diálogo com Hugo Motta.

O objetivo do PSD é articular cargos para a legenda na próxima gestão. A decisão do PSD de iniciar as negociações com Motta foi tomada no dia em que o deputado conquistou apoio de partidos antes sinalizavam apoio a Elmar Nascimento (União-BA).

“Com referência à sucessão na Câmara de Deputados, a posição da bancada foi manter a candidatura. Eu fiz uma ponderação à bancada e coloquei que, se nós dialogarmos com o presidente Arthur Lira e com o candidato Hugo Motta a fim de manter as proporcionalidades que o PSD tem mantido na casa, nós voltaremos à bancada para dialogar se a bancada deseja continuar com a manutenção da candidatura ou se há algum tipo de mudança”, declarou Brito.

O líder do PSD havia feito um acordo de cooperação com Elmar para enfrentar o candidato de Lira, mas o líder do União sinalizou na semana passada que desistiria da disputa e seu partido abriu diálogo com o líder do Republicanos. A mudança de cenário ocorreu após Motta consolidar sua candidatura ao atrair as duas maiores bancadas da Casa: o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A candidatura de Brito é avalizada pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, que saiu fortalecido da eleição municipal após seu partido conquistar o maior número de prefeituras. Deputados dizem, contudo, que dar a Kassab influência sobre a presidência da Câmara seria fortalecer demais o líder político.

O líder do União Brasil, que chegou a ser considerado o favorito de Lira, ainda não anunciou publicamente que se retirou da eleição, mas seu partido já iniciou tratativas com o Republicanos. Em um aceno a Elmar, Lira deu ao deputado baiano a relatoria de um projeto de lei complementar com novas regras para o uso das emendas parlamentares.

Em referência a Lira, Elmar disse na semana passada que perdeu o “melhor amigo”, após ser preterido na sucessão. O União fez uma série de pedidos a Motta para apoiá-lo e deve ficar com a relatoria da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, que tramitará ano que vem. O PT, por sua vez, levará a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

Dos cargos na Mesa Diretora, já está definido que a 1ª vice-presidência ficará com o PL. O União pediu a 2ª vice. O PT, por sua vez, ficará com a 1ª secretaria. Os petistas também querem ocupar uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU).

O líder do partido na Câmara, Odair Cunha (MG), e a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, são cotados para o cargo, que abrirá em 2026. Motta afirmou que pretende procurar o PSD, o União Brasil, o Psol e o Novo para obter novas adesões à sua campanha.
 

 

 

 

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