O motorista de van dos Correios Matheus Felipe da Silva Martins, de 28 anos, foi condenado a dois anos de prisão após ser considerado culpado – por um júri popular – por homicídio culposo (sem a intenção de matar) pela morte de Carlos Rogério Cavechia, então com 44 anos. Foi absolvido do crime de tentativa de homicídio por atropelar a mãe da vítima, Noemia Cavechia, de 70 anos. O caso ocorreu em 9 de junho de 2022.
O júri popular ocorreu nesta quinta-feira, 20 de março, no Fórum Estadual de Ribeirão Preto. Como Silva Martins está detido desde 2022, ele será libertado nesta sexta-feira (21). O advogado Renato Savério, que defende a família de Carlos, disse que vai recorrer.
Defensor de Martins, Fábio Cunha Loureiro informou que o motorista dormiria no presídio e seria libertado hoje. A família de Carlos Rogério Cavechia esperava que o motorista da van fosse condenado por homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio.

Às dez horas, o juiz passou a ouvir primeiro as testemunhas de acusação. Entre elas, a mãe da vítima, que também foi atropelada pelo réu. Em seguida, foram ouvidas as testemunhas de defesa. Só então o réu foi inquirido pelo juiz.
Depois os advogados fizeram suas alegações e o júri, composto por sete pessoas, se reuniu para decidir a sentença.
Relembre o caso
Câmeras de segurança registraram todo o atropelamento. Dois carros seguiam pela rua Ana Maria Tonzar Ristori, Planalto Verde, zona Oeste de Ribeirão Preto. O da frente parou e Cavechia, que conduzia o veículo, desceu, caminhando na direção do carro de trás, uma van dos Correios.
Logo em seguida a passageira do carro, mãe do motorista, também desceu e foi em direção da van. Houve uma discussão. Os dois seguem, então, de volta para o carro, quando o condutor da van acelerou e jogou o veículo sobre eles. A idosa conseguiu se jogar de lado, mas o homem foi atropelado. A van dos Correios passou por sobre o homem.
A mulher foi socorrida na Unidade de Pronto Atendimento Doutor João José Carneiro (UPA Oeste), no Sumarezinho, com fratura de maxilar e ferimentos no braço, rosto e escoriações pelo corpo. Já o homem foi encaminhado para um hospital particular. Ficou um mês em coma, mas não resistiu e morreu.
Matheus foi preso pouco depois. Na delegacia, disse que teria sido agredido pelo outro motorista, mas acabou preso. Na ocasião, em nota, os Correios se manifestaram a respeito.
“A reprovável atitude do prestador de serviço não reflete a realidade da operação postal dos Correios e nem o comprometimento e o respeito de seus empregados no atendimento à população.”
Os Correios também informaram à época que tomaram as providências administrativas cabíveis junto à empresa contratada, por se tratar de motorista e veículo terceirizados envolvidos no caso.