Dados divulgados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP/USP), pelo 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XAIII) e pela Secretaria Municipal de Saúde revelam que das 166 vítimas fatais do coronavírus na cidade este ano, 94 não tinham completado o ciclo de imunização com as três doses da vacina contra a covid-19, ou 56,6% do total.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 16 de fevereiro. Deste total de 166 mortos, 39 não estavam vacinados (23,5%), onze tinham apenas a primeira dose (6,6%), 44 tomaram duas doses (26,5%), 68 receberam três cargas de vacina contra o coronavírus (41%) e em quatro casos não há informações se a pessoa estava imunizada (2,4%).
Apesar dos dados oficiais apontarem 166 mortes, já são 177 óbitos por covid-19 este ano em Ribeirão Preto. São 96 vítimas fatais em janeiro e 81 em fevereiro, mas foram contabilizadas 151 no primeiro mês e 15 no segundo porque a Secretaria Municipal da Saúde considera a data de surgimento dos sintomas, e não do dia em que a pessoa foi a óbito.
Segundo os médicos infectologistas Benedito Lopes da Fonseca e Fernando Belissimo Rodrigues, coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, o número de vacinados mortos é maior porque a proporção de imunizados na população de Ribeirão Preto também é superior.
Segundo os infectologistas, as duas doses da vacina contra a covid-19, independentemente da “marca” – Coronavac/Sinovac/Butantan, AstraZeneca/ Oxford/Fiocruz, Pfizer/BioNTech e até da Janssen/Johnson&Johnson – reduziu em dez vezes o risco de internação. No caso das três doses, o risco diminui 100 vezes. Eles afirmam ainda, que quem não tomou vacina tem complicações mais graves e por mais tempo.
Além dos médicos infectologistas, o secretário municipal da Saúde, José Carlos Moura, também pede que as pessoas evitem aglomerações no carnaval, que acontece entre 26 de fevereiro e 2 de março (Quarta-Feira de Cinzas).
Segundo o “Vacinômetro”, ferramenta digital desenvolvida pela Secretaria de Comunicação em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), até as 13h30 desta quarta-feira, 16 de fevereiro, Ribeirão Preto havia aplicado 1.459.757 doses de vacinas contra a covid-19.
De acordo com a plataforma, 596.785 pessoas haviam recebido a primeira carga, 526.024 a segunda, 316.234 a de reforço e 20.714, a dose única. Na sexta-feira (11), a Secretaria Municipal da Saúde também divulgou balanço sobre a vacinação na cidade.
A cobertura vacinal contra a covid-19 em Ribeirão Preto era de 87% da população com a primeira dose (incluindo as crianças de 5 a 11 anos, totalizando 616.982 pessoas) e 74% com a segunda (524.815). Outros 56% dos ribeirão-pretanos receberam a terceira carga (299.803).
Com o início da vacinação infantil, o público-alvo subiu de 646.326 para 706.610 pessoas, 60.284 a mais. Ribeirão Preto recebeu mais 20.000 doses de vacinas contra a covid-19 no dia 10 de fevereiro. O número de doses enviadas para a cidade saltou de 1.649.833 unidades para 1.669.833.
Idosos
Idosos acima de 60 anos e que vivem no estado de São Paulo deverão receber a quarta dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 4 de abril. A informação é do coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo.
Segundo ele, a quarta dose já vem sendo aplicada na população imunossuprimida do estado, mas o comitê científico vê a necessidade também de que idosos tomem a quarta dose porque nesse grupo há redução da capacidade imunológica.
“É baseado nisso que o comitê científico entende que os idosos também estão incluídos nesse grupo de imunodeprimidos. Eles passam por um processo em que há redução de sua capacidade imunológica. Há uma redução no tempo em que essas pessoas que são vacinadas ainda apresentam imunidade”.
De acordo com Gabbardo, a imunização da quarta dose começará no dia 4 de abril, respeitando um cronograma baseado na faixa etária. “Vamos começar pelas pessoas acima dos 90 anos e vamos reduzindo as faixas etárias até a inclusão dos mais de 60 anos. O cronograma será definido seguindo a disponibilidade de vacina”, diz.
O coordenador disse ainda que a quarta dose será aplicada com a vacina que estiver disponível no estado e a “que for orientada para a aplicação”. Enquanto isso, disse ele, o governo de São Paulo continua buscando os mais de dois milhões de faltosos que não compareceram para tomar a segunda ou terceira doses de vacina contra a covid-19.