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Mortes no país passam de 5 mil

AMANDA PEROBELLI-REUTERS

O Brasil bateu novo recor­de de mortes em um dia em razão da pandemia do novo coronavírus, com 474 óbitos. Segundo atualização do Mi­nistério da Saúde divulgada nesta terça-feira, 28 de abril, o total subiu para 5.017, au­mento de 10,4%. O acréscimo mais alto até então havia sido no dia 23, quando foram con­tabilizados 407 falecimentos. O total oficial de vítimas fatais da covid-19 no país superou os números da China, marco zero da doença, que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) já soma 4.643 mortes pelo vírus.

A taxa de letalidade no Bra­sil está em 6,9%. O país chegou a 71.886 pessoas infectadas. Nas últimas 24 horas foram adicionadas às estatísticas mais 5.385 casos. O aumento chega a 8,1% em relação a segunda­-feira (27), quando foram re­gistrados 66.501 mil pessoas nessa condição. Foi o segundo maior número em um dia, per­dendo apenas para o sábado (25), quando foram acrescidos 5.514 novos casos ao balanço.

Do total de infectados, 34.325 estão em acompanha­mento (48%) e 32.544 já fo­ram recuperados, deixando de apresentar os sintomas da do­ença (45,3%). Ainda são inves­tigadas 1.156 mortes. São Pau­lo se mantém como epicentro da pandemia no país, concen­trando o maior número de falecimentos (2.049). “Como não temos uma fila de testes, isso significa que esses novos casos foram confirmados e são desses dias, por agora”, afirma o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

São Paulo é seguido pelo Rio de Janeiro (738), Pernambuco (508), Ceará (403) e Amazonas (351). Além disso, foram re­gistradas mortes no Maranhão (145), Pará (129), Bahia (86), Paraná (77), Minas Gerais (71), Espírito Santo (64), Paraíba (53), Rio Grande do Norte (48), Rio Grande do Sul (45), Santa Cata­rina (44), Alagoas (36), Distrito Federal (28), Amapá (28), Goiás (27), Piauí (21), Acre (16), Ser­gipe (11), Mato Grosso (11), Rondônia (11), Mato Grosso do Sul (nove), Roraima (seis) e Tocantins (duas).

O ministro da Saúde, Nel­son Teich, admitiu nesta terça­-feira o agravamento da crise do novo coronavírus, com a escalada de casos e mortes da covid-19 em diversas regiões do Brasil, que superou a China em vítimas. O ministro silen­ciou sobre campanha perma­nente do presidente Jair Bolso­naro para acabar com medidas de isolamento social.

“Há alguns dias eu coloquei que (o número de mortos e contaminações) poderia ser um acúmulo de casos de dias ante­riores que foi simplesmente res­gatado, mas como temos manu­tenção desses números elevados e crescentes, temos que abordar isso como um problema, como uma curva que vem crescendo, como um agravamento da si­tuação”, disse Teich.

Já o presidente Jair Bol­sonaro afirmou que lamen­ta, mas não tem o que fazer em relação ao novo recorde de mortes registradas em 24 horas, com 474 óbitos, ultra­passando a China no número total de óbitos pelo novo co­ronavírus. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao próprio sobrenome.

Brasil é o nono em número de óbitos
As 474 novas mortes por covid-19 confirmadas nesta terça-feira, 28 de abril, pelo Ministério da Saúde colocam o Brasil em, nono lugar na lista dos dez países com mais mortos pela doença causada pelo novo coronavírus – era o 10º até segunda-feira (27) –, segundo os dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. Globalmente, os casos confirmados são quase 3,1 milhões. Os mortos são mais de 216 mil e a taxa de letalidade está em 6,9%.

O Brasil está atrás de Irã, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, França, Espanha, Itália e Estados Unidos. A Holanda está em 10º lugar na lis­ta. Nesta terça-feira, o país confirmou mais novos casos da doença do que registraram Itália, Alemanha, Espanha, França e Reino Unido. O número de mortos em 24 horas no Brasil também foi maior do que nesses países, com exceção do Reino Unido, que confirmou 586 novas mortes.

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