João Camargo
O número de mortes nas rodovias do Estado de São Paulo diminuiu cerca de 18% no primeiro semestre de 2020, de acordo com dados do Infosiga-SP, que reúne informações de acidentes de fontes como Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal.
No registro, foram computadas 1.190 mortes nos primeiros seis meses de 2019. Enquanto isso, no mesmo período de 2020, o número de casos fatais foi de 979.
Além disso, o banco de dados do Infosiga-SP mostra, que neste ano, cerca de 84% dessas mortes foram de vítimas do sexo masculino. O que corrobora com as estatísticas dos anos anteriores, quando cerca 81% das vítimas eram homens, nas fatalidades de 2019 e de 2018.
Ainda segundo os registros do primeiro semestre deste ano, do total de mortes nas rodovias, 315 foram de acidentes envolvendo motocicletas e 307 de acidentes envolvendo automóveis.
O que pode ter auxiliado a diminuição desses índices é a redução dos veículos nas pistas por conta do isolamento social propiciado pelo novo coronavírus. De acordo com a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), em média, a movimentação de veículos nas rodovias concedidas caiu 20% em relação ao primeiro semestre de 2019.
Especificamente no período da quarentena dentro do semestre, que compreende de 24 de março a 30 de junho, foram contabilizadas 255 mortes em toda a extensão dos 10,8 mil quilômetros de malha rodoviária paulista sob concessão da Artesp. Números esses que representam 25% a menos que o mesmo período do ano passado, quando morreram 340 pessoas.
Ribeirão e região
Em Ribeirão Preto e região, a situação não foi diferente. De acordo com os registros das concessionárias que administram as rodovias próximas, a queda nos casos fatais também pôde ser notada.
No caso da Arteris ViaPaulista, que administra cerca de 30 rodovias na região, entre elas as vias Antônio Machado Sant’Anna (SP-255), José Fregonese (SP-328), Cândido Portinari (SP-334) e Anhanguera (SP- 330), foi feito o registro de 24 mortes, entre janeiro e junho deste ano. No ano passado, o número foi de 23.
Ao Tribuna, a concessionária reportou que a pandemia do novo coronavírus fez com que o calendário de campanhas e ações junto aos usuários fosse adaptado à realidade atual. Mesmo assim, ela conseguiu promover, ao longo dos últimos meses, atividades voltadas ao uso do cinto de segurança, vacinação contra a gripe, campanha sobre sonolência ao volante para caminhoneiros e ações para ciclistas e pedestres.
“Por fim, a concessionária tem promovido a distribuição de kits de higiene com máscara, luvas, álcool em gel e folheto informativo, de modo a combater a expansão da pandemia”, finalizou por meio de nota.
Já em relação às rodovias Brigadeiro Faria Lima (SP- 326), de Matão a Bebedouro, e Laurentino Mascari, de Sertãozinho a Borborema, ambas administradas pela concessionária AB Triângulo do Sol, houve redução de 22% nas mortes do primeiro semestre. Em 2020, foram sete óbitos, contra nove do mesmo período em 2019.
Por meio de nota enviada ao Jornal Tribuna, a concessionária informou que, durante a quarentena no Estado de São Paulo, manteve todos os serviços de atendimento aos usuários das rodovias, bem como os trabalhos de conservação e manutenção, o funcionamento das bases operacionais e o monitoramento das câmeras pelo Centro de Controle Operacional.
“Ao longo do trecho de concessão, a AB Triângulo do Sol também realizou e apoiou diversas iniciativas importantes, como as que ajudaram milhares de motoristas profissionais a se manterem em atividade: distribuição de kits alimentação/higiene, aferição da temperatura corporal, vacinação contra gripe, testagem para covid-19, dentre outras”, comunicou.
Em relação às rodovias administradas pela Entrevias, entre elas o Anel Viário Sul, a Attílio Balbo, a Armando de Salles Oliveira (SP-322) e a Rodovia Alexandre Balbo – Anel Viário Norte (SP-328), houve redução de 15% nas mortes.
A Entrevias ressalta que, durante o período de quarentena, o apoio aos motoristas aumentou, principalmente, em relação aos caminhoneiros.
“A empresa desenvolveu diferentes ações desde março, início da pandemia, até julho. Atividades como entrega de vales-marmitex, de kits de higiene, de tags eletrônicas para passagem no pedágio, vacinação contra a gripe, e, ainda, testagem da covid-19”, finalizou.