Os óbitos pelo novo coronavírus já cresceram seis vezes em São Paulo neste mês. Nesta segunda-feira, 20 de abril, havia um total de 1.037 mortes relacionadas à covid-19 no estado, contra 164 em 1º de abril, alta de 532,3% e 873 falecimentos a mais. No início do mês, apenas 16 municípios tinham pelo menos uma vítima fatal da doença (2,5%), saltando para 95 cidades em 20 dias (14,7%).
Houve ainda aumento de aproximadamente cinco vezes no número de infectados. São 14.580 casos confirmados da doença, até o momento. No primeiro dia de abril, eram 2.981 casos. Atualmente são 11.599 a mais, aumento de 389%. A taxa de letalidade no estado está em 7,1%. Também segundo balanço da Secretaria Estadual da Saúde, havia nesta segunda-feira 6.032 pacientes, suspeitos e confirmados, internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e enfermarias de hospitais do estado.
Perfil da mortalidade
Entre as vítimas fatais, estão 614 homens (59,2%) e 423 mulheres (40,8%). Os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 78,2% das mortes. Observando faixas etárias subdividas a cada dez anos, nota-se que a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (272 do total), seguida por 60-69 anos (231) e 80-99 (221).
Também faleceram 87 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (120 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (60), 30 a 39 (35), 20 a 29 (8) e 10 a 19 (3). Os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (61,8% dos óbitos), diabetes mellitus (42,9%), pneumopatia (14,5%), doença neurológica (11,9%) e doença renal (10,7%).
Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e doença hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 876 pessoas que faleceram por covid-19 (84,4% do total), sendo que 712 delas eram idosas. Nas outras 161 vítimas, os serviços notificantes não informaram fatores de risco. Entre elas, 99 tinham mais de 60 anos; 45 estavam na faixa de 40 a 59 anos e outras 17 tinham entre 20 e 39 anos.
Fim da quarentena
O governo de São Paulo deve anunciar nesta quarta-feira (22) a reabertura gradual da economia a partir de 11 de maio. Em 6 de abril, o governador João Doria (PSDB) anunciou a prorrogação da quarentena no estado de São Paulo por causa da pandemia de coronavírus até 10 de maio. Em uma rede social, o tucano confirmou que o governo vai anunciar “o planejamento de reabertura gradual dos setores produtivos”,
Disse ainda que o plano “será implementado após o término desta etapa da quarentena, em 10 de maio.” “A reabertura levará em consideração diversos fatores como disseminação da epidemia, situação do sistema de saúde e distanciamento social. Todas as medidas estarão alinhadas com o Comitê de Saúde do Centro de Contingência do Coronavírus”, disse Doria.
O Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ribeirão Preto querem que Doria reconsidere a decisão de prorrogar a quarentena em todas as 645 cidades paulistas até dia 10.
As entidades defendem que o governador mantenha a quarentena mais restritiva apenas nos municípios ou regiões com situação que o justifique, e que, nos municípios ou regiões em que o avanço da covid-19 esteja mais controlado, libere uma retomada das atividades empresariais, em especial do comércio varejista.
Elas pedem ainda, que o lado socioeconômico também seja levado em consideração, com toda sua importância, na avaliação e tomada de decisões relativas. Argumentam que tais decisões afetam milhões de paulistas, entre eles pais ou mães de família, que precisam ter o mínimo de renda para garantir seu sustento.
As duas instituições, que juntas, representam o comércio varejista de Ribeirão Preto e mais 43 cidades do nordeste paulista defendem ainda que na volta ao trabalho siga rigorosamente as diretrizes sanitárias das autoridades em saúde, incluindo o uso obrigatório e permanente de máscaras de proteção, exigindo total comprometimento dos lojistas, colaboradores e consumidores na prevenção e combate ao coronavírus.
Por fim, pede que os representantes do setor produtivo dialoguem com as autoridades – incluindo vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores eleitos por São Paulo – para que atendam os pleitos de quem produz e gera empregos em Ribeirão Preto, no Estado e no Brasil.