Alef Vieira dos Santos, vulgo “China”, de 24 anos, principal suspeito do assassinato do cabo Roberto Pereira Abramovicius, foi preso em Pontal
Uma operação conjunta da Força Tática da Polícia Militar (PM) e da Polícia Federal, na manhã deste sábado (9), resultou na prisão de Alef Vieira dos Santos, vulgo “China”, de 24 anos, procurado desde março. Ele é o principal suspeito do assassinato do cabo Roberto Pereira Abramovicius, de 38 anos, em 21 de junho, dentro de um posto de combustíveis na esquina das ruas Itajubá e Coronel Américo Baptista, no Ipiranga, Zona Norte de Ribeirão Preto. Ele estava foragido desde março, quando escapou do regime semiaberto em Tremembé, no Vale do Paraíba.
Ontem, força-tarefa fez buscas em quatro locais. Na rua Antônio Aparecido Besteti, no Residencial Novo Horizonte II, na cidade de Pontal, dois suspeitos foram presos. José da Cunha Gonçalves Costa, procurado pela Justiça, estava junto de Alef. Eles foram levados para a Delegacia da Polícia Civil de Pontal para registro da ocorrência. Conhecido como Brama, o cabo Abramovicius foi morto com um tiro na cabeça enquanto trabalhava como segurança em um posto de combustíveis. “China” fugiu em uma moto roubada após o crime.
Os agentes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) identificaram o suspeito após análise de imagens de câmera de segurança, depoimentos de testemunhas e dos próprios familiares dele. Segundo a Polícia Civil, Alef teria agido por vingança por acreditar que o cabo Abramovicius estava envolvido no assassinato do irmão dele, Alfred Vieira dos Santos, de 16 anos, morto a tiros em julho de 2016 em frente à casa da avó, no bairro Jardim Jandaia.
De acordo com a polícia, Alfred era suspeito de matar a tiros o policial militar Edson Luiz Marques, de 44 anos, em janeiro de 2016, na porta de uma padaria no bairro Ipiranga. Ele chegou a ser detido na época e, segundo a investigação, confessou que era o condutor da moto onde estava o suposto atirador, um frentista de 29 anos. Ainda em depoimento, o adolescente contou que a dupla pretendia assaltar a padaria. A Polícia Civil informou que, em julho do ano passado, a família de Alef e Alfred havia registrado um boletim de ocorrência contra o policial Abramovicius por ameaça.
“O registro foi feito dias antes de o Alfred ser vítima de homicídio. Não acreditamos na possibilidade de o policial Abramovicius estar envolvido, porque ninguém em sã consciência e com o mínimo de inteligência avisaria uma vítima, principalmente um policial que a mataria ou algo nesse sentido, e depois realizaria o crime”, disse neste ano o delegado Alexandre Daur. “China” cumpria pena por roubo em Tremembé.
Onda de violência – Após a morte do policial Abramovicius, uma série de ataques foi registrada nos bairros Ipiranga, Jardim Jandia, Adelino Simioni e Jardim do Trevo, nas zonas Norte e Leste de Ribeirão Preto, em quatro dias. Outras quatro pessoas morreram baleadas e seis ficaram feridas. Quatro vítimas continuam internadas, sendo que um adolescente de 17 anos permanece em estado grave. Testemunhas e sobreviventes dos ataques relataram à polícia que os tiros foram disparados pelos ocupantes de um carro prata.
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo pediu à Procuradoria-Geral de Justiça que indique um promotor para acompanhar de perto as investigações. Segundo o ouvidor Julio Cesar Fernandes Neves, há “fortes indícios” de relação entre os crimes. A família de “China” chegou a denunciar a PM. O comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI), coronel Marcelo Jerônimo de Melo, negou relação entre os crimes, mas apontou para a hipótese de vingança na morte do policial militar.