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MORTE DE CORRETOR – Juiz decreta prisão de namorada

Foto: ALFREDO RISK

O juiz José Roberto Bernar­di Liberal, da 2ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, acatou nesta quarta-feira, 3 de abril, o pedido feito pelo delegado Rodolfo Latif Sebba, e endossado pelo promo­tor Marcus Túlio Nicolino, e de­cretou a prisão preventiva – por tempo indeterminado – da ven­dedora Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos. Agora ré, ela é acusada de assassinar o namo­rado, o corretor de imóveis Car­los Felipe Camargo da Silva, da mesma idade.

O crime ocorreu em 3 de março, no Ribeirão Verde, bair­ro da Zona Leste de Ribeirão Preto. O corretor foi atingido por nove golpes de faca entre a cintura e o pescoço, segun­do laudo oficial. Chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A defesa, representada pelo advo­gado Alexandre Durante, alega legítima defesa, mas diz que vai apresentar sua cliente à Polícia Civil nesta quinta-feira (4).

O juiz José Roberto Bernar­di Liberal entende que a agora ré cometeu crime hediondo e demonstra personalidade “to­talmente contrária aos preceitos morais”. No decreto de prisão preventiva, o magistrado sus­tenta que a medida é necessária por “garantia da ordem pública, conveniência da instrução cri­minal e para assegurar eventual aplicação da lei penal”.

Ele cita que a mulher alte­rou a cena do crime – o imóvel onde o casal morava passou por limpeza após a morte do corre­tor. “Não se pode ignorar que o autor de fatos dessa natureza demonstra, com a sua condu­ta, personalidade totalmente contrária aos preceitos morais, reveladora de absoluto descaso para com a vida alheia, em espe­cial no caso vertente, praticado contra companheiro, mediante crueldade invulgar”.

O delegado responsável pelo caso, Rodolfo Latif Sebba, indi­ciou a acusada por homicídio. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou a suspeita por homicídio doloso. Ainda in­cluiu fraude processual na ação por causa da limpeza no local do crime. O delegado entende que a prisão é necessária devido ao clamor social do caso, a fuga da suspeita na data do homicídio e a gravidade do crime cometido.

No inquérito, o delegado Rodolfo Latif Sebba entende que “as evidências consignadas ao longo da investigação obrigam a indicação de Brenda Caroline Pereira Xavier como autora do homicídio.” Em depoimento, a vendedora admitiu ter matado o namorado em legítima defesa.

O delegado Rodolfo Latif Se­bba já havia descartado essa tese. A família de Silva questionava o desaparecimento do celular, da carteira e do notebook do rapaz e, nove dias depois do crime, dois dos três pertences foram entregues à polícia. O material passou por perícia.

Segundo informações, a família de Brenda Caroline Pe­reira Xavier encontrou a car­teira e o celular na casa onde ocorreu o homicídio. O com­putador não foi localizado. O corretor de imóveis Carlos Felipe Camargo da Silva nas­ceu na Praia Grande (SP), mas residia em Ribeirão Preto.

O crime
Carlos Felipe Camargo da Silva nasceu em Praia Grande e tinha 29 anos. Veio para Ribei­rão Preto com a mãe e o irmão há cerca de um ano, onde co­nheceu Brenda Caroline, tam­bém de 29 anos. Havia sete me­ses que os dois moravam juntos, mas a relação era conturbada.

De acordo com o boletim de ocorrência (BO) que registrou o homicídio de Silva, o casal teria rompido em 2 de março. No dia seguinte, a mulher foi até a casa da mãe do corretor de imóveis, para onde ele tinha se mudado, no Adelino Simioni, Zona Norte de Ribeirão Preto.

Após conversarem no carro por dez minutos, ele entrou na casa da mãe dizendo que ele e a namorada voltariam a morar juntos, depois de a mulher re­conhecer que precisava mudar. Pegou suas roupas e foi embora para o Complexo Ribeirão Ver­de, Zona Leste, onde Brenda Caroline morava.

Ainda segundo o BO, no final da noite a mãe de Brenda Caroline teria ligado para a mãe de Silva informando que ele ha­via sofrido um acidente e estava na Unidade de Pronto Atendi­mento Nelson Mandela (UPA), no Adelino Simioni. A família foi até lá e encontrou Silva mor­to. Ele foi atingido por nove gol­pes de faca entre a cintura e o pescoço, segundo laudo oficial.

Na casa de Brenda Caroline a polícia não localizou celular e notebook da vítima. Também não encontrou Brenda. Havia si­nais de sangue em várias partes da residência. Um dos cômodos havia sido lavado. O laudo apon­tou que Silva teria recebido pelo menos nove facadas no tórax, costas, pescoço e face. O jovem foi sepultado na Praia Grande, em clima de revolta entre seus familiares e amigos.

Na delegacia
Brenda Caroline compare­ceu à Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) no final da tarde de 6 de março. Estava acompanhada da mãe e de seu advogado, Alexandre Durante, que foi assistente de acusação e advogado de Arthur Paes Marques, pai do menino Joaquim, no julgamento mais importante na história de Ribei­rão Preto.

Com um olho roxo e mui­to abalada, segundo Durante, Brenda Caroline alega legítima defesa. Disse que fraturou o na­riz e a costela devido às agres­sões que sofria constantemente por Silva e, no final de semana, usou uma faca para se defender. Ela alegou ter dado três facadas na vítima após ser agredida, embora o laudo aponte pelo menos nove facadas.

“Eu jamais tiraria a vida dele, mas isso teve que ser feito para salvar a minha. Não foi a pri­meira agressão que sofri. Já teve outras e tenho prova disso”, disse à imprensa. O irmão da vítima, o entregador Bruno Camargo, re­bateu as acusações de Brenda Ca­roline. Disse que a ex-namorada sumiu com a carteira, o notebook e o celular do corretor de imóveis.

O delegado Rodolfo Latif Se­bba ouviu testemunhas. O pai de um antigo namorado dela disse que a vendedora já tinha histó­rico de violência e tentou atacar o rapaz com uma faca, além de fazer ameaças. O rapaz, porém, disse que jamais houve violência na relação, que acabou por ciú­me excessivo da mulher.

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