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Morre vítima de incêndio em indústria química de Sertãozinho

Homem estava internado no HC-UE de Ribeirão Preto e não resistiu à gravidade das queimaduras

Estevão Felisberto Campanini, de 27 anos, morreu dias após sofrer queimaduras quando descarregava caminhão (Foto: Redes Sociais)

Por: Adalberto Luque

Morreu, na madrugada desta quarta-feira (16), uma das vítimas que sofreram queimaduras no incêndio ocorrido em indústria química de Sertãozinho na sexta-feira (11). Estevão Felisberto Campanini, de 27 anos, estava internado no Hospital das Clínicas – Unidade de Emergência (HC-UE), região central de Ribeirão Preto, desde que ocorreu o incêndio.

A vítima fatal era uma das pessoas que descarregava produtos químicos do caminhão parado na rua, em frente à indústria química. O corpo dele seria levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Ribeirão Preto e não há informações de sepultamento.

Outras duas pessoas seguem internadas em estado grave no HC-UE e uma terceira está internada no Hospital São Lucas Ribeirânia, na zona Leste de Ribeirão Preto. As três vítimas sofreram queimaduras.

Incêndio

A Polícia Civil investiga se o fogo começou em um caminhão que estava estacionado em frente a uma área que, supostamente, seria depósito da indústria química, na Vila Industrial. Ainda não se sabe o que teria iniciado o incêndio, mas a suspeita é que o clorito de sódio que estava no caminhão tenha causado a explosão ao entrar em contato com outro produto químico.

Fogo começou em caminhão e atingiu terreno da indústria química, passando para residências vizinhas (Foto: Redes Sociais)

As chamas se espalharam e invadiram o terreno onde estavam sendo descarregadas as embalagens de produtos químicos. Ocorreram várias explosões. As chamas se alastraram e atingiram casas próximas. O bairro precisou ser isolado e evacuado por conta da fumaça tóxica.

Os bombeiros tiveram dificuldade em combater as chamas. A corporação não pode usar água porque, ao entrar em contato com os produtos químicos, pode causar novas explosões e alimentar as chamas. Uma casa próxima foi destruída e alguns imóveis teriam sido comprometidos, com abalos estruturais, mas o relatório final será apresentado pela Defesa Civil após vistoria.

Oito das doze famílias que tiveram seus imóveis interditados no sábado, 12 de outubro, pela Defesa Civil de Sertãozinho, ainda estão em hotéis. São cerca de 30 pessoas que foram obrigadas a deixar as residências depois do incêndio.

Bairro ficou isolado e várias casas foram interditadas (Foto: Redes Sociais)

As chamas se alastraram pelos imóveis vizinhos e comprometeu as estruturas. A empresa Innove Química informou que vai reformar as residências. Até que o trabalho seja concluído, os moradores continuarão alojados em casas alugadas pela empresa ou em hotéis. A Polícia Civil diz que o resultado da perícia deve sair em dez dias.

Multa

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou, por nota, que através da Agência Ambiental de Ribeirão Preto, está concluindo o relatório técnico de atendimento ao acidente e deve penalizar a empresa Innove Química por danos ambientais.

Segundo o gerente regional da Cesteb, Otávio Okano, a indústria não tem licença ambiental para utilizar o espaço que pegou fogo na sexta-feira como depósito de produtos químicos. A sede da empresa, a cerca de dois quarteirões de distância, no mesmo bairro, está com a documentação em ordem, segundo a autarquia estadual.

A Innove Química será multada por danos ambientais e à população, já que pelo menos oito imóveis ainda não foram liberados pela Defesa Civil porque ainda pode haver risco de desmoronamento, já que a estrutura foi prejudicada. Segundo Okano, o valor da multa ainda não foi definido porque a Cetesb analisa os agravantes e atenuantes da situação, mas avisa que será de valor elevado.

Outras três pessoas sequem internadas com queimaduras em hospitais de Ribeirão Preto (Foto: Redes Sociais)

A empresa contesta. Diz que o local do incêndio conta com licença ambiental e Auto de Vistoria dos Corpo de Bombeiros (AVCB). Além disso, diz que toda a documentação está em ordem, aprovada pela prefeitura de Sertãozinho. Por fim, diz que o local não era usado como depósito de produtos de químicos, e sim como área de transbordo.

Investigação

A Polícia Civil investiga se o material transportado pela empresa seguiu os procedimentos de segurança. O delegado Pláucio Fernandes vai investigar o caso para saber se houve negligência ou imprudência. A empresa diz, por meio de advogado, que o transbordo dos produtos segue as normas de segurança e que não é prática da indústria embalar produtos nas ruas.

Técnicos da Cetesb adiantaram que foram encontrados resíduos de uréia, clorito de sódio e ácido fosfórico. Os dois últimos, quando em contato, podem causar explosões.

Cetesb informou que vai multar indústria química e Polícia Civil apura responsabilidades (Fotos: Redes Sociais)

Em nota, a Innove Química informou que, por volta das 12 horas de sexta-feira, “ocorreu um princípio de incêndio em um caminhão de uma empresa terceirizada.” No momento, funcionários faziam o manejo e o transbordo de produtos usados na linha de produção da indústria. As causas do fogo ainda são desconhecidas.

Segundo a empresa, apesar de cumpridos todos os procedimentos técnicos de segurança, houve uma onda de choque e explosões múltiplas nos insumos. O fogo atingiu o caminhão, a fábrica e imóveis vizinhos. Segundo a prefeitura de Sertãozinho, ao todo, 30 pessoas precisaram de atendimento médico, onze com queimaduras e o restante por ter inalado fumaça tóxica.

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