Atriz, roteirista, produtora e diretora pernambucana, a lendária Aurora Duarte morreu na manhã desta quinta-feira, 6 de agosto, aos 83 anos, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde estava internada havia mais de dois meses, segundo informou seu amigo e também cineasta Pedro Paulo Mendes da Silva, com quem realizou vários documentários sobre artistas plásticos brasileiros.
Ela foi descoberta no Recife pelo diretor Alberto Cavalcanti, em 1952, que a escolheu como protagonista de seu filme “O canto do mar”, uma história de miseráveis retirantes do litoral nordestino que chegou a concorrer à Palma de Ouro em Cannes, em 1953, ganhando nesse ano o prêmio de direção no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary (República Checa).
Embora voltasse a atuar em produções sem muito sucesso, Aurora passou a dedicar seu tempo à literatura, a dirigir documentários e produzir – foi dela a produção de Riacho de Sangue (1966), dirigido por Fernando de Barros. A atriz é lembrada especialmente por filmes de ação como “Armas da vingança”, de Carlos Coimbra, e “Três garimpeiros”, do italiano Gianni Pons.
Contudo, ela chegou a atuar sob a direção de cineastas mais ambiciosos, como Walter Hugo Khouri, em “Fronteiras do Inferno” (1959), que garantiu a Khouri importantes prêmios. Com o marido Walter Guimarães Motta e Coimbra, Aurora produziu um épico, “A morte comanda o cangaço” (1961). Depois, quando começou a se envolver com o universo literário, casou-se com o editor Massao Ohno. A atriz pernambucana voltaria a Quixadá, cenário do filme, meio século depois, para filmar com um cineasta local, Clébio Viriato Ribeiro.