Por Redação O Estado de S. Paulo e Redação Estadão Conteúdo
A atriz Nicette Bruno morreu aos 87 anos no final da manhã deste domingo, 20, em decorrência do novo coronavírus. Ela estava internada desde o dia 26 de na Casa de Saúde São José, no Rio, que confirmou a morte da atriz.
Nicette Bruno nasceu em Niterói, no Estado do Rio, filha única de Sinésio Campos Xavier e da atriz Eleonor Bruno, em 1933. Seguir a carreira artística foi quase uma imposição familiar. Estudou balé, piano. Aos 11 anos, entrou para o grupo de teatro da Associação Cristã de Moços, depois foi para o Teatro do Estudante do lendário Paschoal Carlos Magno.
Aos 14 anos, já era profissional na Cia. de Dulcina de Morais. Estreou numa montagem de Romeu e Julieta, o clássico de Shakespeare.
Em 1947, foi premiada por sua atuação na peça A Filha de Iório, de Gabriel D’Annunzio. Seguiram-se participações em montagens de Nelson Rodrigues (Anjo Negro) e Oscar Wilde (O Fantasma de Canterville).
Aos 17 anos, fundou em São Paulo o Teatro de Alumínio. Novo sucesso como Antônia em Pedro Mico, de Antonio Callado.
A primeira novela Nicette foi Os Fantoches, de Ivani Ribeiro, em 1967.
No cinemas, atuou em Querida Susana, de Alberto Pieralisi, Canto da Saudade, de Alberto Cavalcanti, e A Guerra dos Rocha, de José Fernando.
Em 2001, distante da TV, voltou como a Dona Benta na segunda versão de O Sítio do Pica-pau Amarelo. Foram quatro anos consecutivos no ar. E voltou às novelas – Alma Gêmea, O Profeta, Tititi, Salve Jorge, Joia Rara, I Love Paraisópolis, Éramos Seis
O teatro permaneceu em sua vida – Perdas e Ganhos, O Que Terá Acontecido a Baby Jane? O monólogo de Lya Luft foi dirigido por Beth Goulart, uma dos três filhos que Nicette teve com Paulo Goulart, com quem foi casada por 60 anos, até a morte dele em 2014. Todos – Barbara Bruno, Paulo Goulart Filho e Beth – seguiram a carreira artística, uma tradição da família.
Nas redes sociais, artistas, familiares e colegas lamentaram a morte de Nicette Bruno. No Instagram, a filha Beth iniciou a postagem com a frase “Minha mãe, minha vida, meu amor”. “‘ORAÇÃO PARA NICETE’ e para todos os doentes de covid, fortalecimento para os familiares e para as equipes de saúde que estão trabalhando incansavelmente. Gratidão a todos”
No Twitter, o escritor, novelista e dramaturgo Walcyr Carrasco lamentou a morte da atriz com a seguinte mensagem: “A nossa querida Nicette Bruno nos deixou hoje. Mais uma vítima da covid. Nicette fez história na televisão brasileira. Tive o privilégio de trabalhar com ela. Aos familiares, amigos e fãs, deixo meu apoio e o meu carinho. Descanse em paz! #nicettebruno #rip”
O jornalista e apresentador Serginho Groisman, também no Twitter, seguiu com o seguinte comentário: “Que pena, que triste Nicette Bruno uma mulher forte e gentil morreu hoje vitima de covid. Fica meu abraço para a família de lindos artistas. Que descanse em paz!”