Sérgio Moro se demitiu. A meteórica aparição o levou ao“famoso” Condomínio da Barra, no Rio de Janeiro. Lá conheceu Bolsonaro já eleito. Voltou para casa e se retirou da Justiça: nem se afastou, nem se licenciou, hipóteses que (sem vencimentos) manteriam o seu vínculo (vitalício conquistado em concurso público). Poderia reassumir se os novos horizontes não fossem compensadores (como ministro). Optou por um desligamento definitivo, sem volta.
Perdeu as vantagens dos 22 anos de trabalho (como Juíz Federal) para uma “expressiva” aposentadoria. A “abraçada” brasiliana político-partidária durou pouco (l6 meses). Deparou-se com o futuro que, ali, nem a Deus pertence! Dirá na “palavra” (palavra?) daqueles políticos. Acabou desempregado!
O idealismo tem preço: ser juiz, ser ministro, ser um político a mais…Moro declara não saber do futuro. Pode vir a ser tudo (até presidente). Por algum tempo, o mais provável é ser um ex-futuro ministro do STF. O mundo da política em Brasília é previsível demais, com tudo que até Deus dúvida. Não dá para alinhavar sonhos com os propósitos dos presidenciáveis que conhecemos hoje. É melhor julgá-los (!) em Curitiba.
Troca de ministros é normal. Acontece em todo governo. Mas perder os principais assessores não o é. Em uma semana Bolsonaro foi recordista: ficou sem os dois ministros mais populares. O da Saúde, em meio à pandemia (tudo que não se desejava) e o da Justiça e Segurança Pública, que os brasileiros depositam credibilidade. A cada saída uma “ferida” traumática, com sequelas.
Moro saiu e os políticos se silenciaram (devem estar comemorando com Maia; estão desaparecidos, é o que desejavam). Ele foi, acusando desvios do presidente por interesses pessoais. A resposta, da tribuna, foi um bombardeio de maus exemplos.
Presidente contou até as mazelas da família da mulher, do filho com as “de meio condomínio”, falou do seu esfaqueador, da Marielle Franco, sob os olhares reunidos dos Ministros (eu não sabia que seu filho Eduardo já era ministro!) e só o da Economia (sem paletó e sem sapatos) usava mascara (nem o da Saúde)! Uma reunião para lembrar os tempos sem pandemia.
Pode ser que esta seja a pandemia que Bolsonaro esperava, porque a outra é só uma “gripezinha” que não o incomoda, apesar de tantas vítimas e sofrimentos.
Moro acusou Bolsonaro de publicar um falso ato administrativo, com o seu nome, sem a sua concordância, nem assinatura. Rapidamente Bolsonaro tentou consertar: Piorou, republicou sem o nome de Moro e, assim, confessou a falsidade! Assessoria “pisou na bola”!
Enfim, a nova crise está iniciada. Os mais “bélicos” se mobilizam para o “impeachment” do presidente, pelos crimes que possam afastá-lo (com os filhos “donos” do “gabinete do ódio”). Lembram-se as intrigas similares às que afundaram Getúlio.
Não é turbulência (quase inevitável) que os brasileiros desejam. Nem o decesso de Moro às filas do SUS.
Já nos acostumamos com esses processos contra presidentes (como Collor, Dilma). Outro, agora, até a Bolsa e o dólar devem “tirar de letra”. Que Deus nos ouça e nos proteja!