Tribuna Ribeirão
Justiça

Moraes abre três novos inquéritos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou mais três pedidos da Procuradoria-Geral da República para investigar os responsáveis pelos atos golpis­tas realizados em Brasília, no Distrito Federal, em 8 de janei­ro. As apurações abrangem exe­cutores, instigadores e autores intelectuais dos atos.

Ao todo, a PGR apresentou sete pedidos de abertura de inquérito ao STF. O objetivo é sistematizar a investigação em quatro núcleos, para identifi­car e responsabilizar executores materiais, financiadores, auto­res intelectuais e autoridades públicas envolvidas. As peti­ções foram assinadas pelo coor­denador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antide­mocráticos, o subprocurador Carlos Frederico Santos.

A pedido da PGR, Moraes já abriu inquérito para inves­tigar a conduta do governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) e do ex­-secretário de Segurança Pú­blica do DF, Anderson Torres. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também é investigado sob suspeita de instigar os atos.

Moraes determinou que a Polícia Federal realize a oitiva de Anderson Torres, em 2 de fevereiro, às 10h30. O minis­tro do STF acatou pedido feito pela defesa do ex-ministro de Bolsonaro, que solicitou acesso aos inquéritos 4879 (que apura atos antidemocráticos) e 4781 e 4874 (que investiga milícias digitais), como condição para prestar depoimento.

Uma primeira tentativa foi feita na última quarta-fei­ra (18), quando o ex-ministro ficou em silêncio. A defesa então solicitou a remarcação para esta segunda-feira (23), às 10h30, mas o procedimen­to não foi realizado porque Moraes ainda não havia con­cedido acesso aos autos.

Como os inquéritos 4781 e 4879 são sigilosos, o acesso de­verá ser agendado previamente e será fornecido por meio de cópia digitalizada, com marca d’água identificando o desti­natário, que deverá manter o sigilo. No despacho, Moraes destacou que o inquérito 4874, por sua vez, já é público.

São investigados, entre ou­tros, os crimes de terrorismo, associação criminosa, aboli­ção violenta do Estado De­mocrático de Direito, golpe de Estado, ameaça e perseguição. Anderson Torres declarou em depoimento que “jamais da­ria condições” para realização dos atos golpistas.

Declarações foram feitas durante audiência de custódia realizada no dia 14 de janeiro, após Torres ser preso ao che­gar no aeroporto de Brasília, e tornadas públicas nesta se­gunda-feira (23).

Torres também disse que não faz parte da “guerra ideo­lógica” e que não questionou o resultado das eleições. No iní­cio do depoimento, o ex-mi­nistro disse que não tem nada a ver com os fatos e que re­cebeu a notícia da expedição do mandado de prisão pelo ministro Alexandre de Mora­es, enquanto estava de férias nos Estados Unidos como um “tiro de canhão no peito”.

“Essa prisão e essa acusação me pegaram muito de surpresa. A audiência de custódia não é o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos. Isso foi um tiro de canhão no meu peito. Eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família”, disse.

“Isso foi um tiro de ca­nhão no meu peito. No se­gundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Bra­sília, esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria con­dições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e ja­mais faria isso”, afirmou.
Portaria publicada nesta se­gunda-feira (23) no Diário Ofi­cial da União (DOU) prorroga até 4 de fevereiro o uso da Força Nacional no Distrito Federal.

A medida é mais um des­dobramento preventivo após os atos de vandalismo regis­trados no dia 8 de janeiro, na capital, quando radicais de extrema-direita invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Con­gresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

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