Segundo um grupo que monitora e cuida dos gatos de rua do bairro, seis gatos já apareceram mortos em menos de uma semana
Uma matança de gatos está sendo investigada pela Polícia Civil de Ribeirão Preto. A denúncia foi registrada na última quarta-feira, 7 de outubro, na Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa) e encaminhada para o 4º Distrito Policial do município, por uma comissão de moradores protetores dos animais.
O caso também foi notificado pela Comissão de Defesa e Direito dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – 12ª Subseção Ribeirão Preto que, por meio de ofício, relata que seis gatos já apareceram mortos por envenenamento (supostamente chumbinho), em um loteamento fechado no bairro Jardim Canadá, na zona Sul da cidade.
No ofício da OAB, destaca-se que “os animais comunitários são legalmente tutelados e devem ser tratados com respeito e dignidade por toda a coletividade, não sendo admitido a retirada do local em que vivem, seja para controle populacional ou quaisquer outros motivos que não considerem o bem estar e a sobrevivência desses animais.”
O ofício também ressalta a Lei que criminaliza os maus-tratos contra animais. “[…] vale destacar a Lei 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) que prevê os maus-tratos aos animais como crime e comina a penas para quem o pratica. Pena essa recentemente majorada de 2 a 5 anos de reclusão (para cães e gatos), demonstrando que a sociedade, Poder Público e ordenamento jurídico não admitem mais crime praticados a esses seres, ainda mais da forma cruel como o envenenamento de 6 felinos”, completou a Comissão.
Procurada pela reportagem do Tribuna, a presidente da Sociedade Amigos do Canadá (SAC), Maria Aparecida Meinberg, afirmou que ainda não foi comunicada oficialmente pela Comissão de Defesa e Direito dos Animais da OAB sobre a morte dos gatos. Ela ressaltou, no entanto, que o bairro “é aberto a entrada de qualquer pessoa que se identifique na portaria, pois não é condomínio”. Segundo ela, a SAC repudia os atos e garantiu que a entidade também já registrou boletim de ocorrência para que o caso seja investigado.
Protetora diz que caso é reincidente
A moradora do Jardim Canadá e protetora de animais, Conceição Aparecida Magrini, foi uma das pessoas que primeiro percebeu a matança dos gatos. Ela diz que há cerca de 15 anos cuida dos gatos de rua do bairro. “São todos castrados. Quando não, eu pego e levo para castrar. Se estão doentes, eu cuido. Os filhotes, eu levo para minha casa e busco um lar para eles”, afirma.
Conceição também está tentando reunir moradores para fazer um protesto contra as mortes. “Estamos tentando nos reunir para fazermos um protesto, onde houve as mortes, para ver se conseguimos fazer com que parem. Sempre enfrentei problemas dentro do loteamento, mas agora a situação piorou”, diz.