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Morador de rua – Limite aborda 3,5 mil pessoas em um ano

Seas é um serviço socioassistencial que integra o Suas, nacionalmente tipificado pelo CNAS: público-alvo é a população em situação e atividade de rua

O Instituto Limite, orga­nização da sociedade civil que opera em parceria por mútua cooperação e interesse com a Secretaria Municipal de Assistência Social (Se­mas), por meio do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), completou um ano de atuação com mais de 3,5 mil pessoas abordadas em mais de cinco mil ações reali­zadas no período.

Além do Seas, o Instituto Limite também opera projeto de atendimento socioeducati­vo a adolescentes em conflito com a lei no cumprimento de medida socioeducativa, em meio aberto de liberdade as­sistida, Serviço de Convivên­cia e Fortalecimento de Vín­culos (SCFV), e ações na área de combate à drogadição.

O Seas é um serviço so­cioassistencial que integra o Sistema Único de Assistência Social (Suas), nacionalmente tipificado pelo Conselho Na­cional de Assistência Social (CNAS). O público-alvo é a população em situação de rua e em atividade na rua.

O serviço busca encontrar e manter contato com os usu­ários nestas situações, a fim de quebrar sua invisibilida­de social e promover escuta, construindo vínculos afetivos e de confiança para discutir possibilidades de um proces­so de saída das ruas. A cidade tem hoje mais de mil pessoas em situação de rua, conforme dados de serviço de aborda­gem especializado.

Também leva, em nome do Estado, oportunidades de acesso à proteção socio­assistencial do Suas e outros atendimento na Rede Social Setorial, pública ou priva­da complementar, encami­nhando aqueles que volun­tariamente aderem às ofertas apresentadas e/ou referen­ciando casos aos serviços cor­respondentes para acompa­nhamento – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), do Ministério do Trabalho, Coordenadoria do Idoso, Coordenadoria da Mulher, Conselhos Tutelares entre outros.

Entende-se como rua todo espaço público ocupado pelo público-alvo, o qual é identi­ficado em busca ativa progra­mada ou setorial, informa­ção-denúncia da população, por meio dos serviços 161 do Fala Assistência Social (FAZ), 156 do Serviço de Atendi­mento ao Munícipe (SAM) e Disque 100 da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos (SEDH), ou mediante procura espontânea.

O Seas funciona na rua Minas nº 353, Campos Elíse­os, e é vinculado ao Depar­tamento de Proteção Espe­cial da Secretaria Municipal de Assistência Social, com atendimento ininterrupto de 24 horas por dia, de segun­da a domingo. Das oito às 24 horas é operado pelo Ins­tituto Limite e, no período da madrugada, pela própria prefeitura de Ribeirão Preto (Semas), mantendo quatro rondas diárias e fixas para o Terminal Rodoviário Central – às nove horas, às 13h30, às 15 horas e às 21h30, e depois em regime de plantão.

O Serviço de Atendimento à população em situação de rua é feito pelo Seas e também pelos Serviços de Acolhimen­to a Crianças e Adolescentes (Saica), Serviço de Acolhi­mento a Adultos (Saiarp), ex- Cetrem, hoje Casa de Passa­gem, Casa Esperança e Casa Renascer, onde funciona tam­bém o Serviço de Recâmbio e o Centro de Referência Espe­cializado para Atendimento à População em Situação de Rua (Centro POP), o Conselho de Referência de Assistência So­cial (Creas) com o Serviço de Atendimento a Pessoas Adul­tas em Situação de Rua.

Além destes serviços, também são realizados enca­minhamentos de atendidos pelo Seas, conforme cada caso e adesão voluntária, para os serviços de saúde – Siste­ma Único de Saúde (SUS), Unidade de Pronto Aten­dimento (UPA), Unidades Básicas e Distritais de Saúde (UBS’s e UBDS’s), Centro de Atenção Psicossocial (CAPs), pronto-socorro, Centro de Referência DST/AIDS, pro­gramas de saúde, Serviço de Atendimento Móvel de Ur­gência (Samu), hospitais e etc. –, Polícia Civil (Plantão Policial – perda de documen­tos e outros casos), Programa Recomeço, Suas (Cras, Creas, da Mulher, Conselhos Tutela­res), Poupatempo, Defenso­ria Pública entre outros.

Entre 2012 e 2013, censo do Centro POP contabilizou 550 pessoas vivendo nas ruas e praças, mas isso foi antes da crise econômica de 2014/2015

O Seas/SP mantém um diagnóstico da área, atuali­zado trimestralmente, e que alimenta com seus dados a vigilância e a gestão socioa­ssistencial; defende os inte­resses da população de rua junto à rede social e socioa­ssistencial e tem procurado referenciar os trabalhos so­ciais voltados pela popula­ção e entidades a tal público, procurando qualificar a ação assistencialista para de pro­teção social. Também tem sido ação do serviço orientar a comunidade para a partici­pação social e o protagonis­mo comunitário junto a tal população e para o combate à prática da esmola, que ali­menta a mendicância.

Exemplos de razões que levam pessoas à vivência de vulnerabilidade social por situação ou atividade na rua, demandando proteção socioassistencial, são: des­pejo, abandono, desinteli­gência familiar, uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, prostituição e exploração se­xual, desemprego associado a problemas de saúde ou não qualificação profissional, pas­sagem transitória pela cidade como caminhante, migrante, mendicante, presidiários em saidinha ou ex-presidiários em liberdade, problemas de saúde mental, busca de tra­balho e renda em atividade na rua, lícita ou ilícita.

Levantamento aponta mil pessoas nas ruas
Entre 2012 e 2013, um censo do Centr o de Referência Especializado para Atendi­mento à População em Situação de Rua (Centro POP) contabilizou 550 pessoas vivendo nas ruas e praças, mas isso foi antes da crise econômica, intensificada entre 2014 e 2015. Não existe uma es­timativa oficial de quantas pessoas hoje moram nas vias e logradouros públicos de Ribeirão Preto, mas profissionais envolvidos no atendimento à população de rua estimam que o número tenha mais que dobrado – ou seja, mais de mil pessoas (homens, mulheres, idosos, jovens e crianças) vivem perambulando pela cidade.

O serviço busca encontrar e manter contato com os usuários nestas situações, a fim de quebrar sua invisibilidade social e promover escuta

A professora Regina Fiorati, do curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Univer­sidade de São Paulo (USP), disse ao Tribuna no ano passado que o númer o de moradores de rua “aumentou visivel­mente nos últimos anos”. Segundo ela, a estimativa de profissionais que atuam na área é de que mais de mil pe ssoas habitam as ruas de Ribeirão Pr eto. Tam­bém em 2017, o secretário municipal da Assistência Social (Semas) e vice-pre­feito Carlos Cezar Barbosa, anunciou que a pasta tinha um plano para r eduzir drasticamente o número de pessoas em situação de rua.

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