A maior parte dos incêndios florestais que ocorrem no Brasil é resultado de atividades humanas, conforme explica a doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da UFRJ. Segundo Libonati, apenas 1% dos incêndios são causados por raios, enquanto 99% resultam de ação humana, direta ou indiretamente.
A pesquisadora destaca o papel fundamental do sistema Alarmes, que ela coordena, no monitoramento diário por imagens de satélite, detectando focos de incêndio nos biomas da Amazônia, Cerrado e Pantanal. Em 2024, a situação se agravou nos três biomas, com queimadas superando ou se aproximando de recordes históricos. Na Amazônia, 10 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas, representando o pior índice desde 2012. No Pantanal, 12,8% de sua área foi destruída pelo fogo, totalizando 1,9 milhão de hectares, abaixo do recorde de 2020, mas ainda alarmante. No Cerrado, 11 milhões de hectares foram queimados, o equivalente a 6% do bioma.
Libonati também destaca a importância de entender o papel do fogo. Embora seja um fenômeno natural em biomas como o Cerrado e parte do Pantanal, a intervenção humana alterou significativamente o regime natural de incêndios, tornando-os mais intensos e devastadores. Para ela, o combate ao fogo é crucial, mas a prevenção deve ser a prioridade, sobretudo em um cenário de mudanças climáticas que intensificam os eventos extremos, como secas prolongadas e ondas de calor.
O sistema Alarmes, criado em 2020, fornece alertas rápidos, auxiliando na prevenção e no combate aos incêndios. Recentemente, o sistema foi atualizado para aumentar a precisão na detecção das áreas queimadas, equilibrando agilidade e qualidade. Além disso, a aprovação da lei do Manejo Integrado do Fogo, em 2024, marca um avanço na abordagem de prevenção no Brasil.
Renata Libonati também alerta para a necessidade urgente de mudanças no estilo de vida da humanidade, que se mostra insustentável para o planeta. As mudanças climáticas são uma ameaça crescente, afetando principalmente as populações mais vulneráveis.
Monitoramento ambiental no Brasil revela situação crítica
De acordo com a pesquisadora Renata Libonati, o sistema Alarmes indica que, em 2024, grandes áreas da Amazônia, Cerrado e Pantanal foram atingidas por queimadas, muitas vezes superando máximos históricos.
Pantanal: 12,8% de sua área foi queimada até setembro, cerca de 1,9 milhão de hectares.
Amazônia: 10 milhões de hectares consumidos pelas chamas, o pior índice desde 2012.
Cerrado: 11 milhões de hectares queimados, cerca de 6% da área total.
A maioria dos incêndios, 99%, é causada por atividades humanas, como desmatamento e agropecuária. O sistema Alarmes usa inteligência artificial e imagens de satélite da NASA para fornecer alertas rápidos, ajudando na prevenção e combate aos incêndios no país.