Desde 1994, quando foi lançado o Plano Real, o Brasil convive com seis valores diferentes da moeda, sendo que a de R$ 1 tem o maior valor de face. A pesquisa publicada nesta quinta-feira, 19 de julho, pelo Banco Central mostra, no entanto, que 21% dos brasileiros acham necessário o lançamento de moedas com valores mais altos. Outros 77,1% não veem necessidade disso.
Em 1994, o País passou a conviver com moedas de R$ 0,01, R$ 0,05, R$ 0,10, R$ 0,25, R$ 0,50 e R$ 1 – todas da “primeira família” de divisas do real. Em 2010, foi lançada a “segunda família” do real, mas os valores das moedas nunca foram alterados. O fato é que uma moeda de R$ 1 não possui hoje o mesmo valor que tinha em 1994, quando começou a circular.
A inflação acumulada desde o início do Plano Real, de cerca de 488% até junho deste ano, reduziu o valor de compra da moeda. Na prática, um brasileiro que comprava algo com R$ 1 em 1994 precisa gastar hoje quase R$ 6 para adquirir o mesmo produto. Os dados são do BC, que fazem parte da pesquisa “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”. No Sudeste, 19,3% se ressentem de moedas mais altas.
Parte da população brasileira ainda tem o hábito de guardar moedas em casa. O estudo mostra que 19,3% da população guarda moedas por mais de seis meses. Além disso, 56,2% usam o dinheiro guardado no cofrinho para compras e pagamentos. De um total de 25,7 bilhões de unidades de moedas em circulação, a instituição estima que oito bilhões de unidades estão “sumidas” em casa, em gavetas e cofrinhos.
O estudo do BC mostra que 54% da população costuma carregar moedas para pequenas compras e troco. Outros 26% guardam as moedas em casa ou no trabalho, enquanto 10% deixam as moedas no carro para pequenos pagamentos ou doações.
Nota de R$ 100
A pesquisa do BC revelou ainda que 18,4% dos brasileiros acham necessário que se coloque em circulação nota com valor superior a R$ 100 – atualmente, o maior em uma cédula. De acordo com o Banco Central, seu Departamento de Meio Circulante avalia continuamente as novas tecnologias do setor de cédulas, mas não há previsão no momento para o lançamento de uma “terceira família” de cédulas de real.