Neste domingo, o Tribuna Ribeirão abordou com os candidatos a prefeito de Ribeirão Preto o tema Mobilidade Urbana. Para uma cidade que cresce a cada dia, a organização do deslocamento de pessoas é fundamental. Além de garantir fluidez no trânsito é preciso se atentar também a segurança de motoristas e pedestres.
A mesma pergunta foi feita a todos:
Como você pretende melhorar a mobilidade urbana em Ribeirão Preto, contemplando tanto o transporte individual (carros, motos, bicicletas) quanto o coletivo (ônibus)? Acredita que é necessário reavaliar o funcionamento da Área Azul e o sistema de semáforos para aumentar a fluidez e a segurança no trânsito da cidade? Quais são suas propostas?
André Trindade (União Brasil)
Vamos continuar com todas as obras de mobilidade existentes com o devido planejamento, vamos aferir os pontos de melhoria e adequações que forem necessárias. As obras viárias são importantes para o desenvolvimento da cidade. Ainda, aproveito para falar que não tem obra parada na cidade. Ribeirão está preparada para crescer. De 38 obras de mobilidade previstas, 34 já foram entregues, as quatro que seguem em andamento logo deixarão de ser obras e se transformarão em conquistas e benefícios para décadas à frente. Paralelo a essa melhoria em nossas ruas e avenidas, estamos com uma frota renovada de 306 ônibus já em circulação oferecendo mais conforto aos passageiros com ar-condicionado, internet grátis, entrada USB para carregar o celular, mais câmeras de segurança, além de contar com a tecnologia Euro 6, o que permite uma menor emissão de poluentes. Para garantir um serviço de qualidade em nosso transporte público, inauguramos um Centro de Controle Operacional (CCO) para acompanhar em tempo real a operação dos ônibus. Neste ano, no sistema de monitoramento por GPS do CCO já foi detectado o índice de cumprimento de partidas acima de 97% e o de pontualidade de 86,72%.
Diante disso, a nossa gestão não deixará de cuidar desta área tão importante: vamos concluir a implantação da central semafórica inteligente prevista no Ribeirão Mobilidade, o maior programa de mobilidade urbana do Brasil, que tem transformado a realidade do transporte coletivo da cidade; implantar a Tarifa Pós-Utilização (TPU) na Área Azul evitando aplicação de multas; além de ampliar a avenida Rio Pardo a fim de otimizar o trânsito na região do Ipiranga, e continuidade do projeto e construção da avenida do Tanquinho, ligando inicialmente, a Via Norte à avenida Cavalheiro Paschoal Innechi e futuramente se estendendo até a rodovia Anhanguera. Para os usuários de bicicleta, iremos construir mais 40 quilômetros de ciclovias por toda Ribeirão Preto. Daqui para frente, vamos trabalhar cada vez mais para manter essas conquistas. Não podemos retroceder.
Jorge Roque (PT)
Solucionar os problemas da mobilidade numa cidade com mais de meio milhão de veículos, como Ribeirão, exige um conjunto de ações que priorizem o transporte coletivo de pessoas em vez do individual. No curto prazo, é preciso aumentar o número de ônibus e linhas e adotar corredores exclusivos em horários de pico, e pactuar com as operadoras metas de melhorias.
O desafio é tornar o ônibus mais vantajoso por ser mais rápido e econômico e levar as pessoas a optarem por ele e deixar o carro ou moto, próprio ou de app. Estamos estudando como criar as condições para implantar, numa cidade deste porte, a tarifa zero, que existe em mais de cem cidades, de forma gradual e sustentável, com um fundo para custear o transporte, já parcialmente subsidiado. Dará maior fluidez ao trânsito, reduzirá acidentes, outro grave problema, e revitalizará o Centro, já que os moradores serão incentivados a passear mais com a família pela cidade.
Construiremos novas ciclovias e interligaremos as atuais, até para estimular seu uso como meio de transporte ao trabalho. No Jardim Aeroporto, com suas vias largas, por exemplo, os trabalhadores dependem da bicicleta para se locomover no dia a dia. Criaremos medidas de proteção e segurança aos motociclistas dos serviços de entrega, estabelecendo espaços de participação e diálogo com esses profissionais. A partir de conceitos modernos como o não-transporte e a Unidade de Ocupação Planejada, que está no Plano Diretor, planejaremos subcentros urbanos com acesso aos serviços essenciais para reduzir ou evitar a necessidade de deslocamentos motorizados.
Adotaremos ações para tornar o trânsito mais humano, com respeito a pedestres e ciclistas, priorizando a travessia de pessoas, menos velocidade e buzinas e circulação segura, com ações de educação para o trânsito, fiscalização e punição dos maus condutores. Criaremos redes acessíveis de caminhabilidade, construindo ou recuperando calçadas e acessos para pedestres perto de terminais, escolas e postos de saúde. A área azul, ela deve ter como finalidade dar fluidez e rotatividade de veículos, possibilitando a movimentação do comércio. Em alguns lugares, como o Ipiranga, não faz sentido algum.
Marco Aurélio Martins (NOVO)
A mobilidade urbana em Ribeirão Preto precisa de uma revisão completa para otimizar o transporte, tanto individual quanto coletivo. Nosso plano propõe uma série de ações para melhorar a fluidez do trânsito e a qualidade do transporte público.
Vamos investir em melhorias no tráfego com a sincronização semafórica, facilitando a fluidez nas principais vias da cidade. Também pretendemos criar bolsões de estacionamento em áreas estratégicas, o que vai facilitar o transporte individual e ajudar a desafogar as ruas.
Quanto à Área Azul, acreditamos que é necessário reavaliar seu funcionamento em regiões impactadas para beneficiar os comerciantes e os moradores. A flexibilização dessa cobrança pode contribuir para equilibrar o uso do espaço urbano, sem penalizar a economia local.
Além disso, queremos estimular o uso de meios alternativos de transporte, como bicicletas, e promover ações que tornem o transporte público mais eficiente e atraente para a população. Acreditamos que uma cidade mais conectada e organizada pode melhorar a vida de todos.
Ricardo Silva (PSD)
A questão da mobilidade urbana será tema central de nosso governo para colocar fim aos transtornos que nossa população encara há anos. Tudo precisa ser feito com mais respeito. A implantação dos corredores de ônibus em Ribeirão Preto acarretou em muitos problemas porque a prefeitura não abriu diálogo com os comerciantes e moradores. Veja o caso da Dom Pedro, onde se proibiu o estacionamento da avenida e ainda implantou a Área Azul nas ruas transversais. Ou seja, derrubaram as vendas em 45% porque acabaram as vagas de estacionamentos e os moradores da região ainda ficaram sem vaga para estacionar em frente a casa deles. Tudo isso só poderia acabar da forma que foi, com a prefeitura colocando ponto final à exclusividade do corredor de ônibus nesta avenida e em outras dez vias. Infelizmente, muito dinheiro foi gasto de forma desnecessária.
Nossa proposta é analisar caso a caso e encontrar a melhor solução junto com os moradores e comerciantes de cada região. Onde for necessário implantar Área Azul, isso ocorrerá. Onde não for, vamos buscar outra alternativa. Na Dom Pedro, os próprios comerciantes já têm uma proposta muito boa, de faixa de ônibus nos horários de pico e estacionamento durante o dia. Somos a favor das pessoas usarem ônibus bom e que chegam mais cedo, mas tudo tem que ser equilibrado.
Sobre os semáforos, está evidente que não existe nenhum tipo de planejamento. Hoje, você sai de um e já pega outro fechado em 15 segundos. Vamos garantir uma cidade inteligente, que respeita o seu pedestre, ciclista, passageiro de ônibus e motorista. Hoje, números recentes, mostram que nosso trânsito está entre os seis mais violentos. Vamos olhar com carinho para a nossa mobilidade, de forma humana. Ribeirão Preto com certeza será a melhor cidade do Brasil para se viver.