A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de maio atingiu 41,07 milhões de toneladas, registrando retração de 3,01% em relação a quantidade verificada em igual período da última safra, quando foram processadas 42,34 milhões de toneladas. No acumulado deste ciclo, a moagem totalizou 86,31 milhões de toneladas, ante 103,04 milhões de toneladas registradas no mesmo mês de 2020 – queda de 16,24%.
“A queda na moagem remete ao atraso no início de safra. A retração foi especialmente importante no estado de São Paulo, que apresentou recuo de 26,37% na quantidade de cana-de-açúcar processada até o final da primeira quinzena de maio. Nos demais estados, a moagem acumulada registrou aumento próximo a 1%”, explica o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.
Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para o mês de abril registraram produtividade de 73,22 toneladas por hectare, antes 83,96 toneladas observadas no mesmo período na safra 2020/2021 – retração de 12,3%. “Para a primeira quinzena de maio, os números preliminares indicam que a quebra agrícola deve se manter acima de 10%”, acrescenta Rodrigues.
A qualidade da matéria-prima colhida na região Centro-Sul na primeira quinzena de maio, mensurada em quilogramas (kg) de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou aumento de 0,39% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 131,57 kg de ATR por tonelada colhida.
O resultado positivo é observado apesar da retração na qualidade da matéria-prima observada para o estado de São Paulo (-1,56%), que foi compensada pelo aumento do indicador nos outros estados (+3,69). No acumulado desde o início da safra até 15 de maio, o indicador avança 0,07% no Centro-Sul, registrando o valor de 123,84 kg/t.
Na primeira quinzena de maio, 234 unidades estavam em operação, sendo 229 processadoras de cana-de-açúcar, 4 exclusivas de etanol de milho e 1 usina flex. Na mesma data da safra 2020/2021, 240 unidades já haviam iniciado o processamento de cana-de-açúcar. Para a segunda quinzena de maio, outras onze unidades devem começar a moagem no Centro-Sul.
Produção de açúcar e de etanol
A produção de açúcar na primeira quinzena de maio totalizou 2,38 milhões toneladas (-4,39%) e a de etanol 1,82 bilhão de litros (-0,61%). Do volume total de etanol produzido, o hidratado representou 1,21 bilhão de litros (-8,32%). A despeito da queda nos outros produtos da cana, o etanol anidro registrou um avanço considerável, de 19,65%, em relação a fabricação no mesmo período da safra 2020/2021, alcançando a produção de 603 milhões de litros.
Na primeira quinzena de maio, foram fabricados 106,92 milhões de litros de etanol a partir de milho ante 95,04 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2020/2021 – avanço de 12,50%. No acumulado, a produção atingiu 338,36 milhões de litros – avanço de 15,33% na comparação com a safra passada.
Vendas de etanol
Nos primeiros quinze dias de maio, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,18 bilhão de litros de etanol, registrando avanço de 10,35% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021. No acumulado da safra 2021/2022, o crescimento é de 15,56%, totalizando 3,33 bilhões de litros vendidos.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado na primeira quinzena de maio foi de 779,97 milhões de litros (+5,47%). As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 382,47 milhões de litros no período, o que representa um avanço de 30,28% na comparação com 2020. A comercialização de etanol destinado a outras finalidades retraiu 32,92% na primeira quinzena do mês, totalizando 43,6 milhões de litros, somando 115,99 milhões de litros vendidos no acumulado da safra (-33,49%).