Tribuna Ribeirão
Geral

Moagem de cana cai 18,8% na safra 2021/22 na região de RP

ALFREDO RISK

Adriana Dorazi
Especial

De acordo com os dados da safra 2021/22 da cana­-de-açúcar até este mês de dezembro a quebra de pro­dutividade provocada por problemas climáticos foi a maior dos últimos 10 anos no Brasil. Na região de Ribeirão Preto a moagem caiu 18,8% segundo levantamento da UNICA – União da Indústria de Cana-de-Açúcar – divul­gado na última semana.

De acordo com o diretor técnico da entidade, Antonio de Pádua Rodrigues, a esti­mativa é que a safra, que ter­mina em março de 2022, fe­che com total de 525 milhões de toneladas de cana proces­sadas, redução de 13,3% na comparação com os 605 mi­lhões de toneladas no ciclo 20/21 em todo o país.

Mas, mesmo com oferta menor de matéria-prima, o atual ciclo registrou cresci­mento da produção de etanol anidro. A expectativa é que o aumento chegue a 13,7% ao final da safra, totalizando cerca de 11 bilhões de litros. O volume produzido de hi­dratado, por sua vez, deve al­cançar 16,7 bilhões de litros, registrando queda de 19,3%.

A UNICA estima que 55,13% da cana-de-açúcar processada na atual safra será destinada à produção de eta­nol, contra os 53,93% obser­vados no ciclo anterior. Com isso, o volume total de etanol produzido deve alcançar 27,7 bilhões de litros, com retra­ção de 8,7% no comparativo com a safra 20/21. A produ­ção de açúcar também deve registrar redução: cerca de 32,0 milhões de toneladas na atual safra, ante 38,5 milhões no ciclo anterior.

“Essa projeção é refle­xo do cenário vivenciado ao longo desta safra. No lado da demanda, sofremos com as restrições de mobilidade. No âmbito da oferta, a lavoura foi impactada pelas geadas e pela seca histórica. Apesar dessa condição, o setor se mostrou resiliente e está conseguindo atender de forma satisfatória a demanda por biocombustí­vel”, declara Pádua.

Perspectivas para a próxima safra
Quebra de safra por pro­blemas climáticos não é novi­dade. Na safra 2011/12 o setor enfrentou situação semelhan­te com recuperação de 8,8% na safra seguinte. Para a safra 2022/23 a perspectiva é de re­torno parcial, mas melhor por mais investimento em produ­tos biológicos, micronutrien­tes, variedades mais resistentes de plantas, mecanização, entre outros fatores.

O indicativo é de condi­ções climáticas mais favorá­veis à cultura da cana-de-açú­car no primeiro trimestre de 2022. O efeito La Niña deve­rá perdurar até março e não deve afetar substancialmente as chuvas no Centro-Sul.

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