A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de julho registrou crescimento de 7,81%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 52,96 milhões de toneladas, o maior montante da série histórica quinzenal, contra 49,12 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 311,32 milhões, ante 283,68 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 – avanço de 9,74%.
Os dados são da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Na segunda quinzena de julho permanecem em operação 260 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 243 unidades com processamento de cana, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, havia 259 unidades produtoras em atividade.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de julho foi de 144,02 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 148,19 kg por tonelada na safra 22/23 – variação negativa de 2,81%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 132,89 kg de ATR por tonelada (-0,47%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda quinzena de julho totalizou 3,68 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 3,31 milhões de toneladas, representa aumento de 11,29%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 19,17 milhões de toneladas, contra 16 milhões de toneladas do ciclo anterior (+19,79%).
Pela segunda quinzena consecutiva, mais de 50% do ATR processado foram destinados à fabricação de açúcar. A produção por tonelada de cana foi, contudo, superior em mais de 2 quilos ao da primeira metade de julho em função da maior concentração de sacarose e dos consequentes ganhos na extração industrial.
Na segunda metade de julho, 2,46 bilhões de litros (+1,35%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,47 bilhão de litros (+3,83%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 982,44 milhões de litros (-2,16%).
No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de agosto, a fabricação do biocombustível total foi de 14,40 bilhões de litros (+5,15%), sendo 8,30 bilhões de etanol hidratado (-2,60%) e 6,10 bilhões de anidro (+17,92%), segundo a Unica.
Vendas de etanol
No mês de julho, as vendas de etanol totalizaram 2,53 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 1,32% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 1,21 bilhão de litros – um avanço de 15,59% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,31 bilhão de litros – queda de 9,04%.
Não obstante ao evidente aumento no fluxo de venda do etanol hidratado na segunda metade de julho quando comparada à primeira quinzena, os volumes comercializados ainda são inferiores aos de julho de 2022. Em especial, a exportação de 105,79 milhões de litros no mês – um incremento de 191% – foi o resultado positivo para o produto.
No que tange o mercado doméstico, o volume de etanol hidratado permaneceu abaixo daquele observado no ciclo anterior, com 1,21 bilhão de litros comercializados, o que resulta em uma retração de 14,20%. No que diz respeito ao etanol anidro, as vendas mantiveram-se robustas com um fluxo destinado ao mercado externo de 184,89 milhões de litros (+62,20%) e 1,03 bilhão para o mercado nacional (+9,91%).
Há de se ressaltar o resultado notável das exportações que, no agregado dos produtos, totalizou 290,68 milhões de litros vendidos – variação positiva de 93,36%. A saída para o mercado externo se apresentou como um destino importante à produção brasileira cuja demanda para o etanol hidratado tem ficado aquém dos ciclos anteriores.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 9,59 bilhões de litros, o que representa um aumento de 0,55%. O álcool hidratado compreende uma venda no volume de 5,26 bilhões de litros (-8,84%), enquanto do anidro é de 4,33 bilhões (+14,91%).