Tribuna Ribeirão
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Ministro nega ‘ordem’ para alterar Enem

GUSTAVO SALES/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a ne­gar nesta quarta-feira, 17 de novembro, que houve ten­tativa do governo federal de controlar ideologicamente as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele defendeu que as mudanças na prova foram feitas “de forma colegiada” e afirmou que a pre­sença de um perito da Polícia Federal na sala em que a ava­liação é desenvolvida foi para “gestão de logística”.

“Ora, se existe uma institui­ção que ajudou a sanear o Brasil em termos de ética, num passa­do recente, foi a Polícia Federal. Ela merece toda a nossa home­nagem e respeito”, afirmou o mi­nistro durante o lançamento do Pacto Nacional Pela Educação na Câmara dos Deputados.

“Quando aumentamos o espaço físico na sala que é re­servada, o que fez o presidente para se assegurar que o lugar tinha todas as condições? Ele convidou sim, solicitou a Po­lícia Federal, que o perito tem a competência para examinar o local. Foi gestão de logística, ver se tinha algum equipamen­to ou câmera de segurança.”

O Exame Nacional do En­sino Médio de 2021 terá duas modalidades, a impressa e a digital. Este é o segundo ano de aplicação da modalidade digital do exame. Nesta edi­ção, as duas versões serão nas mesmas datas – 21 e 28 de no­vembro – e os itens das provas e o tema da redação, iguais.

A versão impressa ainda concentra a maior parte dos candidatos. Segundo o Ins­tituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní­sio Teixeira (Inep), 3.109.762 estão inscritos no Enem 2021. Destes, 3.040.871 farão a prova impressa e 68.891, a digital.

Ribeiro alegou também que não participa “diretamente da gestão das questões” e que elas são desenvolvidas “em uma sala secreta”, onde “só algumas pessoas podem ter acesso”. “O policial federal não foi lá olhar questão que devia ou não”, disse.

“A seleção das questões é feita por comissão e diretoria própria, de maneira colegiada. Toda questão é discutida para ser incluída ou não. Não veio ordem de cima”, afirmou. Se­gundo o ministro, a informa­ção de que algumas questões teriam sido retiradas da prova “só saiu de lá porque talvez quebraram um pacto de sigilo entre eles”.

“Como vocês sabem? Por­que alguém lá de dentro fez o comentário. Não gostei dessa questão interna do Inep ter ‘saído pra fora’”, disse. O pre­sidente Jair Bolsonaro, entre­tanto, afirmou há apenas dois dias que as questões do Enem começam a “ter a cara do go­verno” e não as “absurdas do passado”. Nesta quarta-fei­ra, ele voltou a afirmar que o exame era “ativismo político e comportamental” e com “te­mas esquisitos”.

Nesta quarta-feira foi reve­lado que 24 questões foram re­tiradas após uma “leitura críti­ca”, sob o argumento de serem “sensíveis”. Depois, 13 delas voltaram a ser incluídas e onze foram vetadas. Milton Ribeiro também minimizou a exone­ração coletiva de 37 servido­res do Inep na última semana.

Eles acusam a gestão atual do presidente Danilo Dupas – o quarto em três anos – de desmonte do órgão, assédio e desconsideração de aspectos técnicos na tomada de deci­sões. Segundo o ministro, o que pesou foi um “fator econô­mico” e os funcionários teriam saído por não concordarem com a nova “governança”.

“A parte mais doída do ser humano é o bolso. Se estives­sem só interessados na edu­cação, após o Enem teriam me procurado e feito um mo­vimento”, alegou, afirmando também que os servidores “tentaram colocar em risco” a execução da prova.

Ação
Um grupo de nove deputa­dos federais protocolou nesta quarta-feira, 17, ação contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente do Inep, Danilo Dupas, pedindo que o Ministério Público Federal os investigue por improbidade administrativa. Eles também pedem que quaisquer “agentes públicos eventualmente envol­vidos” no “controle ideológico” do Enem sejam punidos.

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