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Ministério Público recebe denúncia

O Ministério Público Es­tadual (MPE) recebeu na últi­ma quinta-feira, 9 de novembro, uma solicitação para investigar o pagamento de “supersalários” a funcionários efetivos da Câmara de Ribeirão Preto. Quarenta grati­ficações aprovadas pelas adminis­trações anteriores da Casa de Leis turbinaram os vencimentos do servidores. O caso foi relatado em reportagem publicada pelo jornal Tribuna na mesma data.

O atual presidente da Câ­mara, vereador Rodrigo Simões (PDT), ao ser informado nesta sexta-feira (10) sobre a denún­cia, defendeu a apuração. “Acho que o munícipe (que fez a de­núncia) está certo, tem que pro­testar, tem que colocar a ‘boca no trombone’. O munícipe está correto em acionar o MP e a Jus­tiça”, diz o pedetista.

Vários servidores efetivos receberam em outubro salários acima de R$ 60 mil – valores referentes ao mês de setembro. A matéria do Tribuna também mostra que funcionários contra­tados nos últimos anos (2013 e 2014), pós classificados em con­cursos públicos com exigência de escolaridade mínima (ensino fun­damental) e salário de R$ 1.346,58, foram agraciados com uma série de gratificações e ganham hoje mais de R$ 10 mil mensais.

A reportagem ainda mostra que a Câmara de Ribeirão Pre­to tornou-se nos últimos anos uma espécie de “grande família”. Aproveitando um engenhoso esquema engendrado em 2012, vários servidores – apadrinha­dos pelo mesmo parlamentar na época (não é mais verea­dor) – conseguiram efetivar dezenas de familiares. Na fo­lha de pessoal dos efetivos (98 nomes) é possível encontrar filha e pai, pai e dois filhos, pai e um filho e uma filha, dois filhos e um cunhado do “padrinho”, quatro irmãs e mais uma série de parentes e agregados.

Em comum, todos presta­ram concursos que ofereciam salários entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil e poucos empregos, foram nomeados após a Mesa Direto­ra da época criar novas vagas e imediatamente incorporaram ao salário de funcionário efeti­vo aquele que ganhavam ante­riormente, quando ocupavam cargos em comissão (por indi­cação de algum vereador, quase sempre o mesmo). Assim, uma pessoa aprovada em um concur­so para porteiro, com salário de menos de R$ 1,5 mil, já entrou ganhando quase R$ 10 mil.

A matéria que motivou o pedido de investigação no Mi­nistério Público também mostra que existem 40 diferentes tipos de gratificação na Câmara, que turbinaram os salários de deze­nas de servidores efetivos. Um exemplo do “milagre da multi­plicação” que ocorre à vista de uma opinião pública cada vez mais indignada pode ser consta­tado no caso do funcionário com a matrícula nº 1.399, contratado em maio de 2013 para ocupar o cargo de auxiliar legislativo, com salário de R$ 1.657,62.

Em outubro, ele recebeu R$ 29.210,78 – ou seja, recebeu um salário 17 vezes maior daquele de quando foi contratado. Enquan­to um servidor público comum precisa ficar cinco anos no cargo para ter direito a um quinquênio (gratificação de 5%), o “sortudo” da Câmara, após quatro anos no cargo, ganhou em outubro 1.700% a mais. Isso ocorre há anos, benefi­ciando dezenas de apadrinhados, alguns agraciados com até oito diferentes gratificações.

Com a denúncia protocolada no Ministério Público Estadual, a expectativa da opinião pública é de que o MPE e o Grupo e Atuação Especial deRepressão ao Crime Organizado (Gaeco) decidam estender as investigações da Ope­ração Sevandija também para o que ocorre no departamento de recursos humanos da Câmara, ainda dominado por pessoas no­meadas por um ex-vereador réu em um processo criminal que apura a venda de apoio político à ex-prefeita Dárcy Vera (PSD).

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