O Ministério da Saúde atualizou, nesta quarta-feira (22), as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação do sarampo no país. Atualmente, o país enfrenta dois surtos da doença, em Roraima e Amazonas. Até o dia 21 de agosto, foram confirmados 1.087 casos de sarampo no Amazonas, e 6.693 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 300 casos da doença e 67 continuam em investigação. Entre os confirmados, 9 casos foram atendidos no Brasil e estão recebendo tratamento, mas residem na Venezuela.
Os surtos estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que está circulando no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta um surto da doença desde 2017. Alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (2), Rio de Janeiro (18); Rio Grande do Sul (16); Rondônia (1), Pernambuco (2) e Pará (2). O Ministério da Saúde permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário aos Estados. Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados.
Até o momento, no Brasil, foram confirmados 6 óbitos por sarampo, sendo 4 óbitos no estado de Roraima (3 em estrangeiros e 1 em brasileiro) e 2 óbitos no estado do Amazonas (brasileiros).
CAMPANHA DE VACINAÇÃO – A Campanha Nacional Contra a Poliomielite e Sarampo atingiu, até esta segunda-feira (20), a metade do público-alvo definido, com a vacinação de 51% das crianças de um ano a menores de cinco em todo o país. No total, mais de 11,4 milhões de doses contra a pólio e o sarampo (cerca de 5,7 milhões de cada) foram aplicadas desde o início da campanha – 6 de agosto. A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças, independente da situação vacinal anterior, até o dia 31.
“Esse é um movimento de todos, um trabalho de todos para proteger as nossas crianças. Pais e responsáveis devem levar as crianças que ainda não foram vacinadas, independente da situação vacinal anterior, já que neste ano a campanha é indiscriminada. O esforço do país é impedir que doenças já eliminadas não retornem o Brasil”, enfatiza o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
Para a poliomielite, as crianças que ainda não tomaram nenhuma dose da vacina serão vacinadas com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). As crianças que já tiverem tomado uma ou mais doses receberão a gotinha (Vacina Oral Poliomielite – VOP). Em relação ao sarampo, todas as crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral, independente da situação vacinal. A exceção é para as que tenham recebido a vacina nos últimos trinta dias, que não necessitam de uma nova dose.
Entre os estados com melhor cobertura vacinal neste momento, estão: Rondônia, com 85,03% para a pólio e 83,45% para o sarampo, seguido por Amapá com 76,15% pólio e 75,96% sarampo. Entre as coberturas mais baixas, destacam-se: Rio de Janeiro, com 29,49% do público-alvo vacinado para pólio e 31,33% para sarampo e Pará, que tem 33,60% pólio e 33,59% sarampo.
SARAMPO NO MUNDO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de sarampo chegaram a um número recorde na Europa. Os dados, divulgados pela organização nesta segunda-feira (20/08), apontam que mais de 41 mil crianças e adultos na Região Europeia foram infectados com sarampo nos primeiros seis meses de 2018. O número total de casos para esse período excede os 12 meses reportados em todos os outros anos desta década.
Desde 2010, o ano de 2017 foi o que teve o maior número de casos: 23.927. Em 2016, registrou-se a menor quantidade: 5.273. Além disso, pelo menos 37 pessoas morreram devido à doença neste ano. Sete países da região tiveram mais de uns mil casos neste ano (França, Geórgia, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia e Ucrânia). A Ucrânia foi a mais atingida com mais de 23 mil pessoas afetas, o que representa mais da metade da população do país.
BALANÇO DA CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO | ||||||
Público-alvo | Quantitativo de vacinas (VIP, VOP e Tríplice Viral) | POLIOMIELITE | SARAMPO | |||
UF | TOTAL | TOTAL | DOSES APLICADAS | COBERTURA | DOSES APLICADAS | COBERTURA |
RO | 104.978 | 265.430 | 89.260 | 85,03 | 87.602 | 83,45 |
AC | 63.573 | 160.930 | 26.314 | 41,39 | 26.106 | 41,06 |
AM | 304.907 | 770.820 | 122.928 | 40,32 | 211.943 | 69,51 |
RR | 40.663 | 102.950 | 16.363 | 40,24 | 13.230 | 32,54 |
PA | 594.518 | 1.498.530 | 199.758 | 33,6 | 199.694 | 33,59 |
AP | 58.705 | 148.620 | 44.706 | 76,15 | 44.590 | 75,96 |
TO | 99.049 | 250.040 | 45.999 | 46,44 | 45.789 | 46,23 |
MA | 499.042 | 1.257.300 | 256.271 | 51,35 | 253.828 | 50,86 |
PI | 197.366 | 497.630 | 87.503 | 44,34 | 86.842 | 44,0 |
CE | 509.183 | 1.285.070 | 306.432 | 60,18 | 305,089 | 59,92 |
RN | 188.861 | 476.840 | 104.645 | 55,41 | 104,175 | 55,16 |
PB | 232.889 | 587.760 | 121.604 | 52,22 | 120,474 | 51,73 |
PE | 544.178 | 1.375.840 | 329.091 | 60,47 | 329.593 | 60,57 |
AL | 213.391 | 538.650 | 113.525 | 53,2 | 112.517 | 52,73 |
SE | 133.395 | 337.170 | 75.554 | 56,64 | 75.314 | 56,46 |
BA | 849.361 | 2.142.310 | 368.007 | 43,33 | 369.859 | 43,55 |
MG | 1.027.305 | 2.594.900 | 213.147 | 49,95 | 510.843 | 49,73 |
ES | 201.833 | 510.720 | 125.595 | 62,23 | 124.795 | 61,83 |
RJ | 811.853 | 2.056.510 | 239.431 | 29,49 | 254.335 | 31,33 |
SP | 2.202.964 | 5.580.870 | 1.258.691 | 57,14 | 1.241.258 | 56,34 |
PR | 581.309 | 1.471.030 | 315.231 | 54,23 | 310.038 | 53,33 |
SC | 339.800 | 859.570 | 206.571 | 60,79 | 207.323 | 61,01 |
RS | 528.938 | 1.338.410 | 283.818 | 53,66 | 281.014 | 53,13 |
MS | 158.083 | 400.090 | 76.851 | 48,61 | 76.415 | 48,34 |
MT | 202.216 | 511.420 | 92.315 | 45,65 | 91.138 | 45,07 |
GO | 364.626 | 921.850 | 211.403 | 57,98 | 206.089 | 56,52 |
DF | 160.292 | 406.160 | 68.967 | 43,03 | 68.537 | 42,76 |
BRASIL | 11.213.278 | 28.347.420 | 5.699.980 | 50,83 | 5.758.430 | 51,35 |
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580 /2745 /2351