Tribuna Ribeirão
Economia

Mínimo – Salário deveria ser de R$ 6.641

Em janeiro, o salário míni­mo ideal necessário para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele deveria ser de R$ 6.641,58, ou 5,10 vezes o piso nacional atual, de R$ 1.302. Em dezembro do ano passado, quando o mínimo era de R$ 1.212, seria de R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso. Os dados têm por base o preço da cesta básica de São Paulo (SP), de R$ 790,57.

É a cesta mais cara observada pela pesquisa mensal do Depar­tamento Intersindical de Estatís­tica e Estudos Socioeconômicos, que envolve 17 capitais de Esta­dos brasileiros. O valor estimado pelo Dieese bancaria as despesas com alimentação, moradia, saú­de, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em janeiro de 2022, o sa­lário mínimo necessário seria de R$ 5.997,14, ou 4,95 vezes o piso nacional em vigor. O Diee­se calcula que, no mês passado, mesmo com o reajuste de 7,43%, seriam necessárias 116 horas e 22 minutos para que um traba­lhador que recebe o mínimo le­gal pudesse comprar o conjunto de itens da cesta básica e outros produtos e serviços.

Em dezembro, seriam neces­sárias 122 horas e 32 minutos. Em janeiro de 2022, a jornada necessária era de 112 horas e 20 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro, 57,18% do piso para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Em dezembro estava em 60,22%. No primeiro mês do ano passado ficou em 55,20%. O ministro do Trabalho e Em­prego, Luiz Marinho, reafirmou nesta semana que o governo está empenhado em estudar uma maneira de viabilizar o salário mínimo de R$ 1.320 a partir do feriado de Primeiro de Maio, Dia do Trabalho ou do Traba­lhador, mas que ainda é cedo para garantir o aumento.

Em 18 de janeiro, o pre­sidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou um grupo de trabalho interministerial para formular, em até 90 dias, uma política de valorização do salário mínimo. O GT envolve pastas como a da Fazenda, Trabalho, Planejamento, Previdência, Se­cretaria-Geral, Casa Civil e In­dústria e Comércio.

Segundo o despacho, o grupo terá 45 dias, prorrogá­veis pelo mesmo período, para apresentar a política. O salário mínimo atualmente está em R$ 1.302, conforme orçamen­to de 2023, que foi elaborado pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Inicialmente, o reajuste seria para R$ 1.320, o que ge­raria custo anual de R$ 7,016 bilhões para os cofres federais.

O presidente Lula, no entan­to, estuda atualmente aumen­tar o valor para acima disso. As centrais sindicais defendem R$ 1.343. O reajuste para o valor pretendido pelas entidades pode gerar despesa extra na faixa dos R$ 15 bilhões para o governo. O petista defende que o salário mínimo precisa crescer de acor­do com a expansão do Produto Interno Bruto (PIB).

O aumento para além dos R$ 1.320 encontra resistência no Ministério da Fazenda, de­vido ao cenário de déficit fiscal nas contas públicas. O salário mínimo de R$ 1.302 representa reajuste 1,4% acima da inflação do ano passado, segundo o mi­nistro Fernando Haddad. Para cada R$ 1 de aumento no piso, são mais R$ 388 milhões de im­pacto nas contas do governo. É que boa parte das despesas, principalmente da Previdência Social, é vinculada ao valor do salário mínimo.

Os R$ 6,8 bilhões destinados pela Emenda Constitucional da Transição mostraram-se insufi­cientes para bancar o aumento dos benefícios do Instituto Na­cional do Seguro Social (INSS) atrelados ao salário mínimo. A forte concessão de aposentado­rias e pensões no segundo se­mestre do ano passado criou um impacto maior que o estimado para os gastos do INSS.

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