Tribuna Ribeirão
Economia

Mínimo deve crescer menos

O ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, anunciou a revisão do Orçamento de 2018 com a previsão de redução de R$ 4 (ou 0,41%) no valor do salário mínimo para o próximo ano, que passa de R$ 969 para R$ 965, aporte de R$ 28 em re­lação ao valor atual, de R$ 937 – alta de 2,98%. “Esse não é o valor que está sendo definido, mas uma projeção para fins or­çamentários. O valor será fixado apenas em janeiro, como deter­mina a lei, com a publicação de um decreto. É uma estimativa com base na estimativa da infla­ção”, explica o ministro.

A redução da estimativa do salário mínimo ocorreu por causa da menor projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC) para o pró­ximo ano, conforme a fórmula de reajuste determinada em lei. “Essa é uma projeção, o governo não está fixando o salário míni­mo. O valor do salário mínimo será definido em janeiro com base nas estimativas de inflação feitas em dezembro. O governo não tem a liberdade de escolher o salário mínimo, deve aplicar a variação do INPC. O governo não pode conceder nem a me­nos e nem a mais”, argumenta.

Dyogo disse também que, como o mercado de trabalho tem reagido de maneiro posi­tiva, a projeção para a alta da massa salarial em 2018 também ficou maior. A estimativa consta da mensagem modificativa da proposta de orçamento de 2018, que ainda será enviada ao Con­gresso Nacional. Nesta mensa­gem, o governo informará ter elevado a previsão de gastos em R$ 44,5 bilhões. A estimativa para o salário mínimo do pró­ximo ano já havia sido reduzida em agosto, de R$ 979 para R$ 969 – queda de 10,2% e R$ 10 a menos. Atualmente, o salário mínimo está em R$ 937.

Cerca de 45 milhões de pes­soas no Brasil recebem salário mínimo, entre aposentados e pensionistas, cujos benefícios são, ao menos em parte, pagos pelo governo federal. Com o va­lor menor, portanto, o governo economizará nas despesas com o pagamento desses benefícios. A expectativa do Ministério do Planejamento é de economizar R$ 1,2 bilhão com a revisão do salário mínimo para baixo.

O reajuste do salário mí­nimo é feito a partir de uma fórmula que soma a variação do INPC do ano anterior e o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. No caso de 2018, portanto, será somado o resultado do PIB de 2016, com queda de 3,6%, com o INPC de 2017, que só será conhecido no começo do ano que vem. Como o PIB teve forte retração em 2016, a correção do mínimo no ano que vem levará em conta somente a variação do INPC de 2017.

Entretanto, o governo está prevendo agora que a varia­ção do INPC será menor que a estimada antes. Por isso a cor­reção do salário mínimo em 2018 também deve ser menor. Até então, o governo estimava que o inexador teria uma alta de 3,5% neste ano. Entretanto, na mensagem modificativa do orçamento, passou a prever um aumento menor, de 3,1% para o INPC neste ano. O valor ainda pode mudar até o fim do ano, de acordo com a variação justa­mente do INPC.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o novo valor do salário mínimo para 2018 é determinado pela aplicação da lei, e não por esco­lha política. “O salário mínimo ele basicamente está definido por lei. A questão é apenas como calcular exatamente a aplicação dos índices de inflação.”

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