Tribuna Ribeirão
Cultura

Minaz recebe peça com Renata Sorrah

O Teatro Minaz, em Ribei­rão Preto, recebe nesta semana o espetáculo de dramaturgia “Preto”, com direção de Marcio Abreu e encenação de Renata Sorrah, Grace Passô e o elenco da Companhia Brasileira de Te­atro – Cássia Damasceno, Felipe Soares, Nadja Naira e Rodrigo Bolzan. Serão duas sessões, nes­ta sexta-feira, 10 de maio, e no sábado (11), sempre às 20h30. A montagem promove uma investigação sobre o que gera a recusa das diferenças em nos­sas sociedades e, principalmen­te, sobre as possibilidades de co­existência e campos de interação entre as diferenças.

Olha para o racismo na vi­vência brasileira e em perspecti­va com o mundo e, a partir daí, reage artisticamente através de múltiplas visões e sentidos. “Pre­to nasceu como desdobramento da nossa peça anterior, Projeto Brasil (2015), também patroci­nada pela Petrobras. Tanto uma quanto a outra não se constroem em cima de temas. Projeto Brasil não é uma peça sobre o país, as­sim como Preto não é uma peça exatamente sobre racismo. É uma peça criada a partir de pers­pectivas de pensar a coexistên­cia, a afirmação das diferenças”, explica o diretor Marcio Abreu.

“É uma obra sobre ela mes­ma, que se articula com autono­mia promovendo possibilida­des de leitura, fazendo emergir um leque de assuntos e temas diversos. Diante do que trans­forma o mundo, eu respondo artisticamente”, diz o diretor. A montagem se articula a partir da fala pública de uma mulher negra, uma espécie de conferên­cia sobre questões que incluem racismo, a realidade do negro e da negra no Brasil hoje, o afeto e o diálogo, a maneira como lida­mos com as diferenças e como cada um se vê numa sociedade marcada pela desigualdade.

A dramaturgia começou a ser montada em 2015, durante as diversas residências artísticas realizadas em cidades no Brasil e na Alemanha. Entre as refe­rências básicas que alimentaram o processo de criação estão a obra de Joaquim Nabuco (1849- 1910), intelectual e político abo­licionista brasileiro que viveu no século XIX entre o Brasil e a Europa; o livro contemporâ­neo “A Crítica da Razão Negra”, do professor e cientista político camaronês Achille Mbembe, os escritos de Frantz Fanon (1925- 1961), a literatura de Ana Maria Gonçalves e a da poeta e profes­sora Leda Maria Martins, entre outros pensadores.

“Elaboramos a dramaturgia ao longo dos ensaios. É resul­tado de uma série de conversas e estudos sobre temas que ro­deiam essa peça”, conta Gra­ce Passô. “A gente ensaiava, abria os ensaios para o público acompanhar e conviver com a gente dentro da sala de ensaio e conversávamos com esse pú­blico tentando entender outras perspectivas daquilo que estava sendo criando ali”.

A Companhia Brasileira de Teatro é um coletivo de ar­tistas de várias regiões do país fundado pelo dramaturgo e di­retor Marcio Abreu em 2000, em Curitiba (PR), cidade onde mantém sua sede, num prédio antigo do centro histórico. Sua pesquisa é voltada sobretudo para novas formas de escrita e para a criação contemporânea.

Entre suas principais realiza­ções estão peças com dramatur­gia própria, escritas em proces­sos colaborativos e simultâneos à criação dos espetáculos, como “Projeto Brasil” (2015), “Vida” (2010), “O que eu gostaria de dizer” (2008) e “Volta ao dia…” (2002). Há ainda uma série de criações a partir da obra de autores inéditos no país como “Krum” (2015), de Hanock Le­vin (1943-1999), “Esta criança” (2012), de Joel Pommerat, “Isso te interessa?” (2011), a partir do texto “Bon, Saint-Cloud”, de Noelle Renaude, e “Oxigê­nio “(2010), de Ivan Viripaev.

A companhia realiza ainda frequentes intercâmbios com outros artistas no país e no exte­rior. Estreou na França, em 2014, o espetáculo “Nus, ferozes e an­tropófagos” em parceria com os diretores Thomas Quillardet e Pierre Pradinas e com artistas brasileiros e franceses do Cole­tivo Jakart e colaboradores da companhia brasileira.

Os ingressos estão à venda no Sesc Ribeirão Preto, na rua Tibiriçá nº 50, na região cen­tral da cidade, e custam R$ 30 (inteira), R$ 15 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, portador de necessidades es­peciais, estudante e servidor da escola pública com compro­vante) e R$ 9 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciados no Sesc e dependentes – credencial plena). Mais informações pelo telefone (16) 3977-4477.

O Teatro Minaz fica rua Car­los Chagas nº 273, Jardim Pau­lista. Informações pelo telefone (16) 3941-2722 ou no site www. minaz.com.br. O local tem capa­cidade para receber 260 pessoas por sessão. A peça “Preto” é proi­bida para menores de 18 anos e não será permitida a entrada após o início do espetáculo.

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