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Milhares de brasileiros morrem por ano devido ao tabagismo 

Segundo Instituto Nacional de Câncer (INCA), 443 pessoas por dia morrem no Brasil devido ao uso de tabaco 

A Organização das Nações Unidas revela que em todo o mundo existem 1,25 bilhão de adultos usuários de tabaco (Alfredo Risk)

Dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) alertam sobre a relação entre o tabagismo e vários tipos de câncer responsáveis por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. No Brasil, 443 pessoas morrem em média por dia, por problemas causados pelo tabagismo. 

 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. De acordo com as últimas estimativas do relatório de tendências de tabaco da OMS, há em todo o mundo 1,25 bilhão de adultos usuários de tabaco.  

 Para o cirurgião torácico do Grupo São Lucas, Federico Garcia Cipriano além do câncer de pulmão e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que inclui bronquite crônica e enfisema, fumar aumenta o risco de ataques cardíacos, insuficiência cardíaca, derrames (AVC) e outros tipos de câncer, como de boca, garganta, esôfago, pâncreas, bexiga, rim, fígado, colo do útero e estômago. Os fumantes passivos não fogem ao risco de desenvolver doenças. 

 “Para os adultos, os principais riscos incluem doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas como asma e bronquite. A exposição contínua ao fumo passivo também é uma causa reconhecida de câncer de pulmão e eleva o risco de acidente vascular cerebral (AVC), com efeitos semelhantes aos observados em fumantes ativos. Crianças expostas ao fumo passivo têm maior risco de desenvolver asma, bronquite e pneumonia. A exposição ao fumo passivo durante a gravidez pode resultar em baixo peso ao nascer, partos prematuros e anomalias congênitas”, explica. 

 No tratamento dos casos de câncer de pulmão, além da cirurgia de retirada do tumor e radioterapia, a medicina tem mostrado avanço em algumas áreas. As terapias genéticas e personalizadas baseiam-se no perfil genético do tumor para oferecer tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais. A imunoterapia avançada inclui novos medicamentos que melhoram a resposta do sistema imunológico contra o câncer, como inibidores de checkpoint imunológico, que desbloqueiam as defesas naturais do corpo para combater o câncer. 

 Outra área de avanço é a terapia combinada, que utiliza a junção de tratamentos tradicionais e novos para aumentar a eficácia geral. A combinação de quimioterapia com imunoterapia, por exemplo, tem mostrado resultados promissores em aumentar a sobrevivência de pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado. 

 Um avanço no tratamento cirúrgico do câncer de pulmão em fases iniciais é o uso de cirurgia robótica para ressecções pulmonares. No Hospital São Lucas de Ribeirão Preto, são mais de 150 cirurgias realizadas com essa técnica. Entre as vantagens estão o menor trauma cirúrgico, precisão aprimorada e melhor visualização. 

 “Além disso, as técnicas de imagem avançadas estão melhorando a capacidade de diagnosticar e monitorar o progresso do tratamento do paciente. Estas técnicas permitem uma detecção mais precoce do câncer de pulmão, o que é crucial para o sucesso do tratamento”, conclui o cirurgião torácico. 

 Cigarros eletrônicos 

Conhecidos como e-cigarettes ou vapes, os cigarros eletrônicos se tornaram especialmente populares entre os jovens. Apesar da propaganda de ser menos prejudicial, o médico explica que o hábito também traz problemas à saúde. 

Estudos têm mostrado que a inalação do aerossol produzido por esses dispositivos pode expor os pulmões a substâncias químicas nocivas, incluindo alguns cancerígenos. Além disso, a nicotina, presente na maioria dos líquidos de cigarro eletrônico, é altamente viciante e pode afetar o desenvolvimento cerebral em adolescentes e jovens adultos. 

 Os cigarros eletrônicos têm sido associados a casos graves de lesões pulmonares, conhecidas como EVALI. Um estudo no New England Journal of Medicine mostrou pacientes com lesões pulmonares onde exames revelaram inflamação e danos sérios aos pulmões. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos relatou que os sintomas mais comuns de EVALI incluem dificuldade respiratória, tosse, dor no peito, náusea, vômito e diarreia. 

 No Brasil, casos de lesão pulmonar associados ao uso de cigarros eletrônicos foram identificados, exigindo cuidados médicos intensivos e suporte respiratório. Os dispositivos são proibidos no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

 

 

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