Tribuna Ribeirão
Economia

Mercado prevê PIB em queda de 5,12%

NACHO DOCE/REUTERS

O mercado financeiro con­tinua a revisar a estimativa de queda da economia neste ano. Pela 14ª semana seguida, pio­rou a expectativa do mercado financeiro para o recuo do Pro­duto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e servi­ços produzidos no país. Desta vez, a previsão de retração pas­sou de 4,11% para 5,12%. Há quatro semanas, a estimativa era de queda de 2,96%.

A estimativa consta do Rela­tório de Mercado Focus, publi­cação divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos. A previsão para o crescimento do PIB em 2021 segue em 3,20%. Quatro semanas atrás, estava em 3,10%. Para 2022 e 2023 continua em 2,50%. Na última quarta-feira (12), a equipe eco­nômica revisou a projeção para o desempenho da economia em 2020 de alta de 0,02% para queda de 4,7%.

No Focus agora divulgado, a projeção de queda para a produ­ção industrial em 2020 passou de 3,00% para 3,68%. Há um mês, estava em 2,25%. No caso de 2021, a estimativa de crescimen­to da produção industrial recuou de 2,75% para 2,50%, ante 2,70% quatro semanas antes. A cotação do dólar deve fechar o ano em R$ 5,28. Na semana passada, a previ­são era R$ 5. Para 2021, a expec­tativa é que a moeda americana fique em R$ 5, contra R$ 4,83 da semana passada.

Monitor da FGV
O PIB recuou 1,2% no pri­meiro trimestre deste ano, na comparação com o último tri­mestre de 2019. A queda in­terrompe a trajetória de cres­cimento iniciada no primeiro trimestre de 2017. A informação é do Monitor do PIB, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo a FGV, o PIB cresceu 0,1% na comparação com o primeiro trimestre do ano.

Considerando-se apenas o mês de março, que foi quan­do começaram as medidas de isolamento para combater a pandemia do novo coronavírus (covid-19), o PIB caiu 5,3%, em relação a fevereiro, e 1,1% na comparação com março do ano passado. Em relação ao primei­ro trimestre de 2019, o consumo das famílias cresceu 0,2% no pri­meiro trimestre deste ano.

Inflação
As instituições financeiras consultadas pelo BC continuam a reduzir a previsão de inflação de 2020. A projeção para o Índi­ce Nacional de Preços ao Con­sumidor Amplo (IPCA) caiu pela décima vez seguida, ao pas­sar de 1,76% para 1,59%. Há um mês, estava 2,23%. A projeção para 2021 passou de 3,25% para 3,20%. Quatro semanas atrás, estava em 3,40%. O relatório Fo­cus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022 e 2023, que se­gue em 3,50%.

A projeção dos economis­tas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto percen­tual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 pon­to (de 2,25% a 5,25%).

Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%). Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como prin­cipal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 3% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado fi­nanceiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2,25% ao ano. A previsão anterior era 2,50% ao ano.

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