Tribuna Ribeirão
Economia

Mercado prevê inflação maior no final deste ano

MARCELO CASALL/AGBR

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – indexador oficial de preços do país) em 2020. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 21 de setembro, pelo Banco Central, mostra que a mediana para este ano foi de alta de 1,94% para 1,99%.

Há um mês, estava em 1,71%. A projeção para o índi­ce em 2021 seguiu em 3,01%. Quatro semanas atrás, estava em 3,00%. O relatório Focus trouxe ainda a estimativa para o IPCA em 2022, que foi man­tida em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, es­sas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

A expectativa dos econo­mistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 pon­to (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é infla­ção de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

PIB
A previsão do mercado fi­nanceiro para a queda da econo­mia brasileira este ano foi ajus­tada de 5,11% para 5,05%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,46%. A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e ser­viços produzidos no país – para o próximo ano é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há 17 semanas consecutivas.

Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua projetan­do expansão de 2,50% do PIB. No Focus agora divulgado, a projeção para a produção in­dustrial de 2020 foi de baixa de 6,90% para queda de 6,30%. Há um mês, estava em declínio de 7,68%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 5,50% para 5,01%, ante 5,42% de quatro semanas antes.

Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expecta­tiva é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 2,5% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 4,5% ao ano e para o final de 2023, 5,63% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimu­lando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consi­deram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como ris­co de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos en­carecem o crédito e estimulam a poupança. A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,25, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expecta­tiva é que a moeda americana fique em R$ 5.

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