Tribuna Ribeirão
Economia

Mercado prevê alta menor da inflação

ANTONIO CRUZ/AG.BR.

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Cen­tral (BC) reduziram a estima­tiva para a inflação este ano. A projeção para o Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação ofi­cial do país) caiu de 3,60% para 3,58%. A informação consta no boletim Focus, pesquisa sema­nal do Banco Central (BC) que traz as projeções de instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2021, a estimativa de inflação se mantém em 3,75%. A previsão para os anos se­guintes também não teve alte­rações: 3,50% em 2022 e 2023. A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perse­guida pelo BC. A meta, defini­da pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A inflação oficial do Brasil fechou o ano passado em 4,31%, acima da mediana (4,24%) e dentro das projeções (3,84% a 4,34%).

Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instru­mento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 4,5% ao ano pelo Co­mitê de Política Monetária (Copom). De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve se manter em 4,5% ao ano até o fim de 2020. A manutenção da Se­lic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Co­pom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação. Para 2021, a expectativa é que a taxa básica suba para 6,25%. E para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os dois perí­odos em 6,5%

Preços administrados
O relatório do BC também indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2020. A mediana das pre­visões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 4,00% para 3,81%. Para 2021, a mediana perma­neceu em 4,00%. Há um mês, o mercado projetava aumen­to de 4,00% para os preços administrados em 2020 e 2021. As projeções atuais do BC para os preços adminis­trados, no cenário de merca­do, indicam elevação de 3,6% em 2020. Este porcentual foi atualizado na ata do último encontro do Copom.

Atividade econômica
A projeção para a expan­são do Produto Interno Bru­to (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzi­dos no país – se mantém em 2,30% para 2020. As estima­tivas das instituições finan­ceiras para os anos seguintes, 2021, 2022 e 2023 também continuam em 2,50%. A pre­visão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,04 para o fim deste ano e R$ 4,00 para 2021.

O dólar teve dia de forte alta no Brasil, destoando do otimismo visto na Bolsa de Valores e do comportamento de outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities, algumas até fechando em queda ante a divisa dos Estados Unidos. Fechou em alta de 1,18%, a R$ 4,1418, maior valor des­de 10 de dezembro e a maior variação percentual em dois meses. O dólar futuro para fevereiro fechou em R$ 4,15, na máxima do dia.

O real foi a moeda hoje que mais perdeu valor ante o dólar, considerando uma cesta de 34 divisas internacio­nais. Em outros emergentes, como a Turquia e Índia, a di­visa americana caiu. Mesmo nos vizinhos do Brasil, a valo­rização do dólar foi bem mais modesta, com 0,15% no Chile, 0,50% na Argentina e estabili­dade na Colômbia e México.

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