As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) reduziram a estimativa para a inflação este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) caiu de 3,60% para 3,58%. A informação consta no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) que traz as projeções de instituições para os principais indicadores econômicos.
Para 2021, a estimativa de inflação se mantém em 3,75%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,50% em 2022 e 2023. A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A inflação oficial do Brasil fechou o ano passado em 4,31%, acima da mediana (4,24%) e dentro das projeções (3,84% a 4,34%).
Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 4,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve se manter em 4,5% ao ano até o fim de 2020. A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação. Para 2021, a expectativa é que a taxa básica suba para 6,25%. E para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os dois períodos em 6,5%
Preços administrados
O relatório do BC também indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2020. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 4,00% para 3,81%. Para 2021, a mediana permaneceu em 4,00%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,00% para os preços administrados em 2020 e 2021. As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevação de 3,6% em 2020. Este porcentual foi atualizado na ata do último encontro do Copom.
Atividade econômica
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – se mantém em 2,30% para 2020. As estimativas das instituições financeiras para os anos seguintes, 2021, 2022 e 2023 também continuam em 2,50%. A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,04 para o fim deste ano e R$ 4,00 para 2021.
O dólar teve dia de forte alta no Brasil, destoando do otimismo visto na Bolsa de Valores e do comportamento de outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities, algumas até fechando em queda ante a divisa dos Estados Unidos. Fechou em alta de 1,18%, a R$ 4,1418, maior valor desde 10 de dezembro e a maior variação percentual em dois meses. O dólar futuro para fevereiro fechou em R$ 4,15, na máxima do dia.
O real foi a moeda hoje que mais perdeu valor ante o dólar, considerando uma cesta de 34 divisas internacionais. Em outros emergentes, como a Turquia e Índia, a divisa americana caiu. Mesmo nos vizinhos do Brasil, a valorização do dólar foi bem mais modesta, com 0,15% no Chile, 0,50% na Argentina e estabilidade na Colômbia e México.