O adolescente P. S. da S., de 17 anos, já é considerado foragido. Suspeito de ser o motociclista que ajudou na fuga de Flávio Targino da Silva, de 35 anos, autor dos disparos que mataram o frentista Vail Julião, de 60 anos, e causou ferimentos no gerente João Benedito Sartori, de 65 anos, em 20 de abril, durante assalto ao Posto Mosteiro, na avenida Capitão Salomão, no Jardim Mosteiro, na Zona Leste, ele foi resgatado da Fundação Casa de Ribeirão Preto por dois homens armados na noite de segunda-feira, 1º de julho, e ainda não foi encontrado.
A Polícia Militar conseguiu recapturar, na terça-feira (2), dois menores infratores que também haviam sido resgatados. Na quarta-feira (3), a Vara da Infância e da Juventude de Ribeirão Preto expediu um novo mandado de busca e apreensão contra o adolescente. O menor permeneceu 14 dias detido, depois de ser apreendido com um comparsa de 24 anos durante roubo a uma residência na Vila Ana Maria, na Zona Sul de Ribeirão Preto.
O juiz da Vara da Infância e Juventude, Paulo César Gentile, classificou o caso como grave. Para ele, há indícios de ação planejada e de que os menores têm envolvimento com o crime organizado. Na decisão que determina a apreensão do jovem, o magistrado autoriza que a detenção seja feita por qualquer policial ou representante do Conselho Tutelar.
Segundo a Fundação Casa, a Corregedoria Geral abriu uma sindicância para apurar o resgate. Na noite de segunda-feira, dois agentes socioeducativos, de 50 e 58 anos, foram rendidos por dois homens armados, por volta das 22 horas. Eles usaram uma escada, cordas e alicates para escalar a muralha da unidade, às margens da Rodovia Geovana Aparecida Deliberto, na zona rural de Ribeirão Preto.
Crime do posto
No final de maio, a Justiça de Ribeiro Preto acatou os argumentos da Polícia Civil e abriu ação penal contra quatro pessoas por latrocínio consumado e tentado com base no inquérito que investiga o assalto ao Posto Mosteiro. Todos viraram réus. O inquérito policial foi concluído pelo delegado César Augusto França, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Ele entregou o relatório ao Ministério Público Estadual (MPE), que ofereceu a denúncia.
A prisão preventiva dos quatro acusados também foi decretada. Os quatro denunciados são Flávio Targino da Silva, autor dos disparos, João Luiz Galves Franco, suspeito de ser o chefe da quadrilha, a mulher dele, Ana Paula Pereira Galves Franco, e Simone Galves Franco, de 45 anos, funcionária do posto e suspeita de ter fornecido ao irmão informações sobre o transporte de um malote com dinheiro. Eles ainda não têm advogado constituído.
Dos quatro indiciados, apenas Simone foi presa e está na cadeia de Franca. Os demais, inclusive Silva, são considerados foragidos. Micaela Rodrigues de Oliveira, de 22 anos, mulher do suposto atirador, colaborou com as investigações e foi liberada. Ela só soube do assalto através da imprensa. Simone admitiu à Polícia Civil ter passado informações privilegiadas ao irmão João Luiz em troca do pagamento de um cartão de supermercado no valor de R$ 500.
Ela trabalhava na hora do latrocínio – roubo seguido de morte – e chegou a consolar os colegas após o assassinato de Julião. A ex-funcionária disse ainda que a participação dela no crime seria apenas para informar o momento em que o malote estaria vulnerável. Nos depoimentos, ela diz estar arrependida porque não pensou que um colega poderia se ferir na ação.
De acordo com a Polícia Civil, após a divulgação das imagens ela reconheceu Flávio Targino da Silva como um amigo do irmão dela. Ela ainda informou no depoimento que o casal suspeito de arquitetar o crime fugiu de ônibus para Campinas, onde moram parentes deles. O menor que conduzia motocicleta resgatou Silva no cruzamento das ruas Hermínio Morandini com João Nutti, na mesma região do posto. Ele entrega o capacete ao assassino que sobe na garupa da moto.
Em seguida, os dois fogem com o malote roubado contendo R$ 12,6 mil rumo ao bairro Campos Eliseos. A bicicleta usada por Silva foi abandonada. O latrocida chegou ao posto, roubou o malote e efetuou o disparo que matou o trabalhador. João Luiz, a esposa Ana Paula e Targino Silva estão foragidos e são procurados, assim como o menor que pilotava a moto. Quem tiver informações que ajude a localizar os suspeitos pode entrar em contato pelos telefones 181, da Polícia Civil, e 190 e 197, da Polícia Militar.